o fanatismo dos fãs de Jackson, é completamente explicável, embora medonho. Explicável por sua dança, que eu classifico como a maior expressão humana de beleza de movimentos, de harmonia de música e movimento, de dança. Estava revendo Fred Astaire, e conclui com isso o seguinte: só o um intelectual, ou um aspirante a isso, pode comparar Jackson com Astaire. Não falo do ponto de vista da dança, onde Astaire lhe era superior, falo do ponto de vista estritamente de deleite visual, de prazer, imediato, total. Um grande filme como “ladrão de bicicleta”, nos marca para vida toda, mas não nos dá um prazer imediato e espontâneo quanto um filmão americano, caçador de níquel, mas cheio de efeitos especiais. Mister Jackson, cheio de efeitos especiais me deixa abismado com sua dança. Com a vantagem de os efeitos especiais serem reais, melhor dizendo: surreais.
Jackson estragou tudo, como Maradona, jogou na lama um talento anormal, que só um ser anormal não se preocuparia em zelar. Mas o que fica é a arte, ela vai além dele, de ele errar. Michael, tarado ou não, é o maior encantamento visual que minha retina guardou. Há alguns, poucos e bons:
O beijo de corisco em dada, no filme do Glauber; à maneira que meu pai manuseia as cartas de baralho; o choro de Caetano, na morte de Jobim; o olhar de Ricardo para fallstaf, no filme de Branagh; a fotografia de “Hamlet”, do mesmo Branagh, são coisas que me ficaram gravadas na retina. Jackson, com sua dança, supera tudo.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
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