sábado, 12 de julho de 2008

AUTOBIOGRÁFICO

O caso é esse: estou fazendo 33 aninhos hoje e pretendendo esticar os dias aqui ainda por mais umas 5 vezes isso. É que eu nunca gostei de morrer, não sei porque, mas nunca fui muito simpático a essa idéia.
Já que sou aniversariante tenho direito (visto que já cheguei a um 1/5 de minha jornada)a uma autobiografia. A autobiografia existir é normal, mas anormal é existir um sujeito que possa acreditar numa coisas como essa, mas a raça humana acredita em historinhas da carochinha (bíblia), em ET, em Alan Kardec, porque não acreditaria em uma autobiografia?
O que é uma autobiografia? É uma narração de minha vida por mim próprio. E nisso eu jamais poria coisas que me deixassem em uma situação embaraçosa ou em que tenha agido mau ou me saído mal, com exceção, claro, para uma bobagem menor, sem valor.
Eu não li quase nada do que Freud escreveu, mas eu sei que tinha uma enorme razão em quase tudo. sabe porque? Porque ele quando fala nos instintos sexuais todo mundo se esquiva e joga a sujeira para baixo do tapete e prefere dizer que ele tinha razão em algumas coisas, só que as “coisas” que ele tinha razão não é a que querem fazer crer que ele não tinha. Falo da parte sexual da coisa.
Minha vida começou aos três anos, até ai eu era só um vegetal, só servia para meus pais me adorarem, e pais são pais (não diga!), porque eu não era aquilo que se pode chamar de bela criança, eu era feio, muito feio, não que eu tenha me tornado uma coisa espetacular, um Apolo, não, mas é que dentro do útero de minha mãe eu não tinha muito o que fazer, então comia e dormia, e dormia e comia. Nasci com quase 5 quilos e quase mato minha mãe. Eu era gordo e vegetal, toda criança até três anos não passa disso: de um vegetal. E como tal eu não tenho muito o que contar.
Eu era briguento e mal, como toda criança, chato como toda criança, porco como toda criança, um mentecapto como toda criança.
Minha infância e adolescência foi outra coisa, ali foi muito bom, mas pulo essa parte porque não quero falar das minha derrotas em tudo que era jogo-brincadeira, eu sempre perdia em tudo, alguns são ruins numas coisas, outros noutras, mas eu era ruim em tudo. Peão, Bola de gude, pipa, enfim é melhor pular essa parte.
Saiamos de minha infância vamos até aqui, hoje, 12/07/1975, o que eu aprendi e posso ensinar?
A única coisa que aprendi e posso ensinar com autoridade moral, como Harold Boom fala de Shakespeare, como Caetano fala de João Gilberto, como Paulo Maluf pode falar de superfaturamento, como Pelé pode falar de gols, a única coisa que posso ensinar é a tomar remédios, nisso eu sou bom, minha irmã está tomando um remédio, um mísero comprimido, e disse que não sabia como eu agüentava tomar tantos (todos sabem que a curiosidade foi quem matou o gato) , são , espera deixe eu fazer as contas..., 16 comprimidos por dia.
Continuo depois, porque até eu já estou cansado de tanta bobagem.

3 comentários:

Marcelo Novaes disse...

Olá, Wellington.

Sua auto-biografia concisa ( cheia de saltos/ lapsos e peripécias) Freud aprovaria.Ele disse muita coisa que era relevante. Acabou criando uma "seita laica em torno de si", como acabou fazendo Marx, à sua revelia. Freud a fez ENGAJADAMENTE, nada à sua revelia. Talvez esse seja parte do problema judaico: eliciar um culto, mesmo quando seja ateu. Mas a tua biografia sucinta não é auto-condecoradora nem auto-falsificadora, nem auto-depreciadora. Freud se identificava com Moisés (!), e seus textos e escritos o demonstram. "Abrindo o Mar Vermelho" para que os outros passassem atrás! E haja maquiagem para seus prosélitos honrarem a memória de um ser que quis ser visto assim, por essas lentes. Ele já sonhava com placas comemorativas cinquenta anos antes delas existirem, em relação à si mesmo. Tinha consciência de sua grandeza, mas uma consciência inflada. Tanto que nunca assumiu, por exemplo, o quanto de NIETZSCHE seus conceitos e insights derivavam. Aquela fantasia do "pioneiro sem precedentes", do "pioneiro solitário", "desbravador solitário de uma terra nunca dantes visitada".Tsc, tsc, tsc. Já escrevi sobre isso, num de meus textos, aquele sobre "tatoos".
Essa é uma das falsificações freudianas, em meio a outras. Mas são grandes e muitas as suas realizações. Estamos fadados ao lusco-fusco mesmo, ao claro-escuro. Nesse aspecto, Cristo refulge, e nós todos temos uma cor café-com-leite, variando a proporção de branco e preto na mistura de cada copo.


Abração,



Marcelo.

WELLINGTON GUIMARÃES disse...

MARCELO, CORRETO E PRECISO, MARCELO.



FICO MARAVILHADO COM SUA PRESENÇA NO MEU BLOG, E TAMBÉM ENCABULADO. MARAVILHADO PELO SEU GABARITO DE POETA GENIAL, ENCABULADO PELAS MINHAS IDIOTICES ESCRITAS AQUI. ESCREVO FEITO ADOLESCENTE E DEFENDO IDÉIAS ABSURDAS, COMO A DO LINCHAMENTO, E COISAS QUE ME RUBORIZAM PELA FALTA DE SENSO DE RIDÍCULO.
DEVO DIZER QUE TENHO UMA VANTAGEM SOBRE TI, QUE NÃO GOSTARIAS DE TER SOBRE MIM. EXPLICO: EU JÁ FUI PLAGEADO.
NÃO PRECISA RIR, É VERDADE.
O QUE GEROU O PLÁGIO?
UM TEXTO MEU SOBRE CÉLULAS TRONCO. CLARO QUE QUEM ME PLAGIOU NÃO FOI, POR ASSIM DIZER, UM MARCELO NOVAES, MAS FUI PLAGEADO.
EDGAR É O NOME DA FIGURA.
ESCREVI UM TEXTO SOBRE CÉLULAS TRONCO E ELE TRANSCREVEU NO BLOG DELE E NA COMUNIDADE DE MAYANA ZATZ COMO SENDO DELE.
ELE TEM MAL DE PARKINSON, CRIOU UMA COMUNIDADE NO ORKUT, EU GOSTAVA DO CARA, MAS ACHEI UMA ATITUDE CANALHA, UMA FALTA DE CARATER SEM FIM.
RASGUEI O VERBO, ESCULHAMBEI NO ORKUT, MANDEI MENSAGENS PARA OS CONTATOS DELE, ENFIM, ARMEI UM BARRACO.
NÃO QUE EU ACHE O QUE ESCREVI SOBRE CÉLULAS TRONCO RELEVANTE, MAS O QUE É MEU, SEJA O QUE FOR, UM ESCRITO, UM GOSTAR, UMA DOR, É MEU E PRONTO.
PASSOU O TEMPO E AINDA ACHO ELE UM CANALHA. NÃO ASSUMIU O QUE FEZ, SÓ A METADE. NÃO SE TRATA, OBVIAMENTE, DA FAMÍLIA DE GUIMARÃES ROSA BRIGANDO NA JUSTIÇA PELO SEU ESPÓLIO, MAS É MEU, ENTÃO NÃO VOU ACEITAR QUE SE DIGA QUE NÃO É. ROMPI COM ELE E NÃO ME ARREPENDO. CHAMEI ELE DE CANALHA E NÃO ME ARREPENDO.
PEDI DESCULPAS A FILHA DELE POR TER CHAMADO O PAI DELA DE CANALHA, PORQUE SOU PAI E NÃO QUERO QUE NINGUÉM DIGA ISSO DE MIM A UM FILHO MEU.
EDGAR O NOME DO CARA, ELE TEM UM BLOG, NÃO TE INDICO PORQUE ELE ESCREVE PIOR QUE EU, ME COPIA, E O CARA QUE ME COPIA TEM MEU DESPREZO. QUALQUER UM QUE COPIE A QUALQUER OUTRO TEM MEU DESPREZO. O QUE TEMOS DE CHARME É SERMOS ÚNICOS, É O NOSSO INDIVIDUALISMO, NOSSA INTERIORIDADE. IMITAR, PLAGIAR, COPIAR É COISA DE BABACA, É COISA DE EDGAR.
SEUS COMENTÁRIOS ME DEIXAM PERPLEXO, VOCÊ TEM UM MIRADA QUE PARECE CORRETA SEMPRE, E É. SUAS DEFINIÇÕES SÃO PERFEITAS, VOCÊ ESCREV BEM, MESMO FORA DA POESIA, EU NÃO. APELO PARA O HUMOR E SINCERIDADE, DE OUTRA FORMA NÃO DÁ.
OBRIGADO PELOS COMENTÁRIOS. UM ABRAÇO.

Marcelo Novaes disse...

Wellington,

Esse negócio de plagiar é terrível mesmo. Usar bem a idéia alheia, dando os devidos créditos, é prestação de serviço.Principalmente nesse caso que você citou, que é um posicionamento sobre ética e saúde, num assunto polêmico. Mas se o cara "transcreveu", pura e simplesmente, e "assinou como se dele fosse", não dá pra salvar, mesmo. É apropriação indébita. Eu também não gostaria de ver isso acontecer comigo. Acho legal gerar "ecos", ver uma influência, parte de uma idéia minha colocada pela boca de outrem, numa boa, sem "créditos", na boa. Mas imagina você, numa mesa de jantar, ouvir de um cara uma idéia ( no meu caso, de Psicologia), que você passou pra ele um dia antes, como se fosse um "insight do cara". Já passei por isso! É o mesmo que, numa festa, alguém falar: "Eis minha mais recente composição", e tocar uma música inédita de um dos convidados! Não dá para aplaudir. Eu, no caso, fiquei quieto ( no jantar, com cerca de 10 pessoas), e depois, em outra ocasião, chamei a pessoa num canto e disse; "você sabe muito bem de onde te veio aquele "insight".

Isso me lembra uma história mais patética. Certa ocasião, uma garota de programa, me roubou três notas de vinte reais. Eu havia recém-tirado dinheiro de um caixa eletrônico, e as notas eram novidade. Sabia exatamente quantas tinha. Na hora do banho, ela pegou. Bom. Vivia pagando cervejas e lanches para a garota, ela era gente boa, havia sido um deslize casual. Coloquei um bilhetinho na carteira, e saí com ela de novo: "Teca, o que vc está procurando aí?!". Beleza. Ela ficou vermelha, e passou a ficar numa posição onde era vista enquanto eu tomava banho. Não me pediu "drinks de cortesia" por um tempo. Sabia que eu estava no "crédito" e ela "no débito". isso foi logo quando saíram as notas de vinte, dá pra você calcular o tempo. Parece até uma dessas crônicas de jornal... As vezes, algumas soluções caseiras podem ser feitas para "apropriações indébitas" igualmente "caseiras". Quando a situação é pública, acaba tendo de haver um "debate público". Espero que você e Edgar estejam firmemente irmanados, pelo menos, na luta contra o Parkinson.



Abração,



Marcelo.