Meu filho amanhã se manda, terminaram as férias dele. E eu vou fazer o que sempre faço, um agradecimento, a Deus, não a meu filho.
Agradecer por ter me dado ele de presente, numa hora difícil, duríssima.
Bom, ele vem sexta, não há que se fazer drama, não há o que chorar.
Só que não é o que se passa, só que não é o que se dá.
Quando ele vai pra casa da mãe, tem de arrumar a bolsinha dele, colocar as roupinhas dentro, e me dar um beijo. e eu fujo a essa cena, sempre. Não quero ver ele sair. E não me venha com história de que ele virá sexta. Virá, mas não poderei dizer a ele que Michael Jackson era vascaíno para aumentar o brio de pequeno vascaíno, cujo time está na segunda divisão e devem jogar na cara dele isso a todo momento.
Ele virás sim , e será breve, mas durante esse intervalo talvez ele chore, e talvez ninguém o console ou mesmo diga que ele está errado.
Nesse intervalo, poderão ensinar-lhe algo que ele não deveria saber agora, ou nunca. Não rezaremos juntos à noite, e eu tentando me conter para não rir durante nossas orações, porque ele troca os pronomes possessivos das ave-marias e pais nossos. É cômico porque ele faz de nós deuses. Ele diz: “seja feita a nossa vontade”.
É, quatro dias não são nada, passam logo. Mas e se ele apanhar de uma criança muito menor que ele, pensar em revidar e eu não estiver perto, e dizer-lhe: sabe o história de cristo? E contar-lhe o que Cristo falou sobre dar a outra face.
São quatro dias, eu dramatizo, exagero, mas são quatro dias! Quatro dias em que algum filho da puta o ensine porcarias, em que ele caia, arranhe o joelho, e eu não posa consolar. A mãe dele o fará, Mas eu não. Porque estarei longe.
Pronto! Sabia no que daria esse texto. Farei sempre, mas sempre, um homenagem ao meu filho neste blog, sempre. Porque o amo, como um ser que segura uma vela e sabe que daquela vela depende sua vida, ele é minha vela, por isso preservo ele, minha vela branca.
Amanhã ele irá, e quando olhar para cama de noite ele não estará lá.
Tudo bem, sexta estará, mas sexta-feira me parece longe, distante.
Eu não quero o que as pessoas querem, sou muito mais humilde nesse sentido, não quero ser atleta, nem lindo, nem poeta, nem nada, quero não tomar comprimidos e fazer sem eles o que todo mundo faz, e quero ver meu filho crescido e sentir o beijo dele no meu rosto, quando chegar minha hora.
Quando ele me chama de pai, e o faz a cada 5 minutos, porque o cara pergunta, tá doido!
Tudo ele pergunta, e se você sabe ele nem liga, mas se você não sabe ele solta o famoso, “eita, mas tu é burro, visse?
Queria-o aqui, sempre, nem que para me chamar burrice, nem que para olhar ele dormindo, porque é nisso (ver ele dormindo) que respiro, que me elevo, que Deus se aproxima.
Deixo aqui uma canção que fiz, pela qual tenho um imenso orgulho de ser minha, lembrei por esses dias e disse a ele, e ele Lembrou, talvez não, talvez só tenha querido me agradar, mas vai a letra dessa obra-prima, dessa pérola:
“-deita gostosão, deita gostosão, deita com o papai.
-eu não deito não!”
Simples, ingênua, tosca? Não, não é mesmo. Mas quem não entende isso, seguramente não entenderá o porque de quatro dias, fazerem tanta diferença e provocar meu choro, e me levar a dizer: FILHO, EU TE AMO!
3 comentários:
Conseguiu, Well!
Mais uma vez chorei e muito!
É lindo esse amor entre pai e filho.
Mais lindo os minutos e segundos que o pai se preocupa em não estar presente para ampará-lo, guiá-lo e proteje-lo.
è sobrenatural ese amor.
Deus está no meio dele, e com certeza os dois estarão protegidos.
Não deveria ser assim a vida. Cruel!
Beijos
Mirse
MIRSE,
SE HÁ UMA COISA DE QUE EU GOSTE DE FALAR É DE MEU FILHO. E SE TEM UM AMOR MAIOR DO QUE ESSE, NÃO É AMOR, É DOENÇA.
Aha!
Olha eu aqui.
Claro que lembrei de "Os Aloprados".
Mas não lembrava seu nome.
E também já conhecia o Blog. Gosto da forema como escreve.
Um abraço.
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