domingo, 31 de agosto de 2008

DIOGO MAINARDI

DIOGO MAINARDI. TUDO O QUE FOR DITO CONTRA ELE É MENTIRA, MESMO SE FOR VERDADE. SEU ESNOBISMO QUE SE PRETENDE GENUÍNO, QUANDO NÃO É MAIS QUE FACHADA. SUA POUCA ERUDIÇÃO DISFARÇADA POR UMA ICONOCLASTIA DE ADOLESCENTE. SUA MANIA DE SE DIZER CONTRA O BRASIL COM UM DESESPERO E CONSTÂNCIA QUE MOSTRAM UMA VONTADE ENORME DE DISFARÇAR UM AMOR PUNGENTE, QUASE DOCE, OU MUITO DOCE, PELA NOSSA TERRA.
DIOGO, EM QUE PESE SUA COVARDIA INTELECTUAL, SUA CAPACIDADE DE VER OS NOVOS, O NOVO, OU MESMO O NOVAES, E SABER O BOM, PREFERI O SILÊNCIO, E ESSE É SEU MAIOR DEFEITO.
DIOGO TEM UM FILHO COM PARALISIA CEREBRAL E NÃO FINGE NÃO TER, DIZ ABERTAMENTE ISSO, SABE DA DOÊNÇA DO FILHO. A DOÊNÇA DO FILHO EXISTE ENQUANTO COBRA SEUS TRIBUTOS, COMO A MINHA. PARA MIM NÃO SOU DOENTE, JÁ FALEI MIL VEZES DE MINHA DOÊNÇA, ELA É DE UMA COSTÂNCIA ABSURDA. NÃO TENHO CONSTRANGIMENTO, NEM VERGONHA, NEM DEPRESSÃO (JÁ TIVE, DEVO MINHA MELHORA NÃO SÓ A MIM PRÓPRIO, MAS A AJUDA DE UM PSIQUIATRA) DE FALAR DE MINHA DOÊNÇA, MAS PARA MIM ELA NÃO TEM A IMPORTÂNCIA QUE OS OUTROS ACHAM QUE ELA TEM. MAINARDI OLHA PARA O FILHO DELE COM TERNURA, É UM GRANDE PAI E ISSO ME COMOVE.
CERTA VEZ UM CARA DISSE QUE MAINARDI SÓ PRODUZIA "PARALISIA CEREBRAL", SEU INTERLOCUTOR SOLTOU UMA GARGALHADA. ESTE INTERLOCUTOR ERA LULA, O NOSSO PRESIDENTE, UM CANALHA!
DIOGO REVIDOU COM UNS DOS ARGUMENTOS MAIS GENIAIS QUE VI EM MINHA VIDA, DISSE: "FILHOS SÃO FILHOS, COM OU SEM PARALISIA CEREBRAL".
MAS ISSO É BOBAGEM, NÃO FOSSE UM DETALHE, UM DETALHE QUE DIZ TUDO.
NA SEMANA SEGUINTE UM VIZINHO DE MAINARDI ESCREVEU PARA A VEJA (NUNCA O TINHA FEITO) DIZENDO EM SUA CARTA QUE DIOGO ERA UM PAI CARINHOSO, QUE NÃO DIFERENCIAVA UM FILHO (TEM DOIS) DO OUTRO, SENDO CARINHOSO COM AMBOS.
QUANDO O FILHO DELE TINHA SETE MESES ELE PUBLICOU UM TEXTO NA VEJA QUE ME COMOVEU, ME LEVOU AS LÁGRIMAS, O TEXTO FOI RELIDO POR MIM AGORA ENQUANTO ESCREVIA ESSE POST, E FICOU DIFÍCIL DE ESCREVER PORQUE CHOREI TANTO QUE MINHAS LÁGRIMAS EMBAÇARAM OS ÓCULOS. TRANCREVO AQUI O TEXTO.



MEU PEQUENO BÚLGARO


“Diagnosticaram uma paralisia cerebral em meu filho de 7 meses. Vista de fora, uma notícia do gênero pode parecer desesperadora. De dentro, é muito diferente. Foi como se me tivessem dito que meu filho era búlgaro. Ou seja, nenhum desespero, só estupor. Se eu descobrisse que meu filho era búlgaro, minha primeira atitude seria consultar um almanaque em busca de informações sobre a Bulgária: produto interno bruto, principais rios, riquezas minerais. Depois tentaria aprender seus costumes e sua língua, a fim de poder me comunicar com ele. No caso da paralisia cerebral, fiz a mesma coisa. Passei catorze horas por dia diante do computador, fuçando o assunto na internet. Memorizei nomes. Armazenei dados. Conferi estatísticas. Pelo que entendi, a paralisia cerebral confunde os sinais que o cérebro envia aos músculos. Isso faz com que a criança tenha dificuldades para coordenar os movimentos. Meu filho tem uma leve paralisia cerebral de tipo espástico. Os músculos que deveriam alongar-se contraem-se. Algumas crianças ficam completamente paralisadas. Outras conseguem recuperar a funcionalidade. É incurável. Mas há maneiras de ajudar a criança a conquistar certa autonomia, por meio de cirurgias, remédios ou fisioterapia. Um dia meu filho talvez reclame desta coluna, dizendo que tornei público seu problema. O fato é que a paralisia cerebral é pública. No sentido de que é impossível escondê-la. Na maioria das vezes, acarreta algum tipo de deficiência física, fazendo com que a criança seja marginalizada, estigmatizada. Eu sempre pertenci a maiorias. Pela primeira vez, faço parte de uma minoria. É uma mudança e tanto. Como membro da maioria, eu podia me vangloriar de meu suposto individualismo. Agora a brincadeira acabou. Assim que soube da paralisia cerebral de meu filho, busquei apoio da comunidade, entrando em tudo que é fórum da internet para ouvir o que outros pais em minha condição tinham a dizer sobre os efeitos colaterais do Baclofen ou sobre a eficácia de tratamentos menos ortodoxos, como a roupa de elásticos dos astronautas russos usada numa clínica polonesa. A paralisia cerebral de meu filho também me fez compreender o peso das palavras. Eu achava que as palavras eram inofensivas, que não precisavam de explicações, de intermediações. Para mim, o politicamente correto era puro folclore americano. Já não penso assim. Paralisia cerebral é um termo que dá medo. É associado, por exemplo, ao retardamento mental. Eu não teria problemas se meu filho fosse retardado mental. Minha opinião sobre a inteligência humana é tão baixa que não vejo muita diferença entre uma pessoa e outra. Só que meu filho não é retardado. E acho que não iria gostar de ser tratado como tal. Considero-me um escritor cômico. Nada mais cômico, para mim, do que uma esperança frustrada. Esperança frustrada no progresso social, na força do amor, nas descobertas da ciência. Sempre trabalhei com essa ética anti-iluminista. Agora cultivo a patética esperança iluminista de que nos próximos anos a ciência invente algum remédio capaz de facilitar a vida de meu filho. E, se não inventar, paciência: passei a acreditar na força do amor. Amor por um pequeno búlgaro."------------------


ESSE É O MAINARDI REAL, UM CARA DESSES É AMADO POR MIM. MEU FILHO TEM SAÚDE, GRAÇAS A DEUS, MAS SE NÃO TIVESSE EU O AMARIA DO MESMO MODO. EU NÃO SOU GRANDE COISA, MAS AMO MEU FILHO E SOU BOM PAI. E ISSO É MUITO. E COM RELAÇÃO A ISSO NÃO SOU MODESTO. SOU UM GRANDE PAI.

3 comentários:

Anônimo disse...

Sempre que venho aqui,me emociono. A sensibilidade que aflora nos escritos, tem luz, alma e força. Muito bonito, Wellington. Para mim foi ótimo conhecer o Mainardi e sua trajetória de vida. Penso assim também, igual a você, igual a ele. Mas sou mulher e mãe e avó, e a estes seres dotados pela natureza de embalar e até amamentar não só seus filhos, mas os filhos alheios, é natural. O bonito é um homem, nas condições de Mainardi e nas suas condições de PAI, amar incondicionalmente o filho, sem se importar com opiniões alheias, respondendo com amor e tranquilidade aos "deboches". Isso é AMOR. E é o AMOR MAIOR.

Belo texto, amigo

Beijos

Mirze

Marcelo Novaes disse...

Diogo Mainardi é um sujeito com muitos méritos. "Brincar" com a doença de qualquer parente, descendente, cônjuge, "o diabo a quatro" é algo em si mesmo desprezível.Para mim, tirar sarro de doenças ou de desequilíbrios mentais ( loucos de rua, seres "bizarros", etc.) é um indício de desumanidade e canalhice. Diogo faz charme e tipo em muitas de suas críticas intelectuais.Claro que isso tem a ver com sua personalidade: a construção da máscara, da persona, do personagem. Diogo Mainardi também é um personagem. Mas quando outros personagens, também de personalidade forte ( e máscara rígida ), como Mino Carta, optam / apelam, como tema de suas invectivas contra o mesmo, para a paralisia cerebral do filho do Diogo, eles é que tem de ser escrachados. Grotesco. Patético.Pessoas de bem já brigaram com Diogo quando ele, Diogo, não estava certo. Foi processado "n" vezes. Já teve de pagar indenização em uma das condenações. O contrato dele na Veja é bom. A Veja arca com o eventual prejuízo. Mas, mesmo nesses casos, não se deu apelação desse tipo, como a de Lula, ou Mino Carta. Um monte de gente não gosta do Diogo: Joelmir Beting, Franklin Martins, um monte de gente. Mas não ficam imputando a ele uma "culpabilidade" inexistente por gerar "filho com defeito" ( bahhhh). Porque é assim que aqueles que apelam para o tema, de forma indecente, querem fazer crer.Isso é de uma imbecilidade sem tamanho. Em minha postagem "maravilhas e marias" falo dos dementes que zombam de uma "louca de rua" com uma história pessoal extremamente trágica. Pois bem, ao ouvir gritar o nome que não é o seu ( "maria!"), a mulher se esgoela e se desepera até perder a voz. Pois bem..., há dementes que colocam-na como "atração turística", dando seu paradeiro em sites. E há moleques ( não importa a idade), que se divertem passando com seus carros por onde ela perambula, gritando seu nome, fazendo "buzinaço", como se sua dor fosse "folclórica". É a mesma atitude da criança gritando para o peru fazer glu glu. Sem a inocência daquela. É pensar que se "toca a dor alheia como quem aperta um contriole remoto ou joga um videogame". Só para ver o efeito que causa. Grotesco. Repito veementemente:Qualquer discordãncia que saia do terreno das idéias e apele para problemas físicos e ou mentais dos envolvidos, ou de seus parentes, é desleal. É baixo. É vil. é indefensável. Como zombar da Maria. Como cuspir nos anões, nos corcundas.Como atear fogo em índio ou mendigo. É uma questão de grau. Mas o gênero da vileza é o mesmo.


Fazer tipo, como tantas figuras públicas fazem ( vamos a uma delas, colega de profissão de Diogo: Fernada Young), "faz parte do show" dos referidos indivíduos, até certo ponto. O mundo midiático é um circo. Tem puxador de palma em programa de auditório ( quando assisti a um programa em minha adolescência, ao vivo, do "Flávio Cavalcanti", fiquei decepcionado com a falta de espontaneidade vigente... ). Beleza. Diogo Mainardi exacerba Diogo Mainardi enquanto personagem. Faz uma caricatura de si mesmo, caricaturizando os outros. Beleza.Paremos por aí, ou apontemos suas faltas e deficiências uma a uma, aqueles de nós que pudermos dialogar com ele. Mas não toquemos na dignidade de nenhum dos seus. Conheço mãe do Diogo ( Júlia ), irmão ( Vinícius), pai ( Ênio), todos PESSOALMENTE. Não conheço sua mulher e filho. Mas que não se fale de ninguém para atingir Diogo. Só dele mesmo. De seus acertos e ou equívocos aos nossos olhos. O resto é INFÂMIA.








Marcelo.

Anônimo disse...

Boa tarde, Wellington. Espero que esteja recebendo as notícias do Marcelo. Postei lá no Cronópolis, mas não entendi se é todos os dias. Exclui meu perfil do Orkut para dar um tempo . Estava insuportável. Mas voltarei depois, assim que as coisas acalmarem e minha saúde melhorar.
Meus endereços de e-mail: mirsemaria@hotmail.com
mirsemaria@globo.com
Além disso você pode enviar recado para minha página no ORKUT.
Espero que esteja bem.
Beijos, amigo

Mirze