quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

DESCULPAS E SARAVÁ


NÃO JUSTIFICO AS MINHAS IDIOTICES COM JUSTIFICATIVAS. IDIOTICE É IDIOTICE. TALVEZ A PALAVRA MAIS USADA NESTE BLOG POR MIM, TENHA SIDO "IDIOTA". USO AGORA CONTRA MIM. CHAMEI O SENHOR CARLINHOS MEDEIROS DE IDIOTA PORQUE ELE NÃO GOSTA DO QUE GOSTO, ISSO FOI IDIOTA. ARGUMENTEI CONTRA O SRº IVAN CARLOS, QUE ESTARIA ACIMA DELE INTELECTUALMENTE POR TER LIDO LIVROS QUE SUPOSTAMENTE SERIAM SUPERIORES AOS QUE ELE LEU, UM ARGUMENTO IDIOTA. SOU UM IDIOTA, MAS NÃO O TEMPO TODO. PEÇO DESCULPAS AOS DOIS. E ENTENDAM COMO QUISEREM A DESCULPA, DEVO SATISFAÇÕES A MIM, A MINHA CONSCIÊNCIA, NO MAIS, NÃO ME IMPORTA O QUE PENSEM DE UM PEDIDO COMO ESSE.
ESTENDO A DESCULPA A TODOS QUE FUI AGRESSIVO, EMBORA SAIBA QUE ISSO NÃO AFETOU ELES, MAS AINDA ASSIM PEÇO DESCULPAS, RECONHEÇO QUE FUI ESTÚPIDO. NÃO É QUERER SER BONZINHO, É QUE TENHO UM FILHO. O QUE TEM UMA COISA COM OUTRA?
TUDO.
UM VEZ CHAMEI O SENHOR EDGAR DE CANALHA. ELE ME DISSE QUE TINHA UMA FILHA E QUE EU ERA PAI, COMO SERIA DOLOROSO A MIM, VER AQUILO DITO POR OUTRO E CHEGANDO AO CONHECIMENTO DE MEU FILHO. AQUILO ME DEIXOU TRISTE, E VI COMO A IDIOTICE DESCAMB A PARA A CANALHICE.
DESCULPAS, PEÇO DECULPAS A TODOS PELAS MINHAS IDIOTICES.



E DOU UM ABRAÇO E MANDO UM SARAVÁ ( EMBORA SEM ESTAR CERTO SOBRE O SENTIDO E GRAFIA DA PALAVRA) PARA:
MOACY CIRNE, UM CARA BACANÉRRIMO, QUE MONTA GUARDA E SE DESLUMBRA COM UM SANGRAMENTO DE BARRAGEM; A MARCELO NOVAES, GRANDE MARCELO, POETA GENIAL, QUE ME PERGUNTOU, CERTA FEITA, SE O WORLD FAZIA PARTE DO OFICCE, MOSTRANDO O QUANTO SE PODE SER BOM EM UMA COISA E RUIM EM OUTRA, SOMOS HUMANOS, HUMANOS SOMOS, NÃO É POETA?; À MIRSE, MIRZE, QUE APANHA TODO DIA PORQUE ACHA QUE CONHECE MÚSICAS DE CHICO, CONHECE NADA, EU CONHEÇO; À FOFURETE, PELO CARINHO,POR TUDO. A TANINHA NASCIMENTO, PELA SERENIDADE; AOS QUE VIERAM AO MEU BLOG; AOS MEU SEGUIDORES DE BLOG. NÃO SOU UM JESUS CRISTO, MAS TENHO CÁ MEUS SEGUIDORES. E A ELE, O GRANDE ASTRO DO MEU BLOG, O QUE FEZ VERTER 58 OCEANOS DOS OLHOS DE MIRSE E FOFURETE, SIM, A ESTRELA MAIOR DESTE BLOG, O QUE AGORA ESTÁ COMIGO, E FICARÁ POR DOIS MESES, UM REI, CUJO REINO É MEU CORAÇÃO( ESSA FOI FODA! MAS MIRSE E FOFURETE GOSTAM, POR ISSO SAPEQUEI ESTA FRASE BREGA)O REI DOS PITOCUDOS BRANCOS, LUIZ GOSTOSINHO BICHO FEIO HORRÍVEL GORDO BRANCO PITOCUDO CATINGOSO (FEDORENTO´PARA OS QUE NÃO CONHECEM O NORDESTINÊS), O MEU PITOCUDO, O MEU FILHO.
FELIZ 2010 A TODOS!
FIQUEM COM DEUS.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

DE REPENTE

O MANUSEIO DE CARTAS DE MEU PAI,

O BEIJO DE CORISCO EM DADÁ,

O MEU FILHO OLHANDO PARA MIM,

EU OLHANDO PRA NOITE DO LUGAR,

E DO NADA APRENDENDO A COMPREENDER,

SER VERDADE O QUE APRENDI NA DOR:

QUE DA VIDA O QUE PRESTA É O AMOR!

SÃO AS COISAS QUE GOSTO DE FAZER.

VER QUEM DIZ O QUE NÃO PODE PENSAR,

VER CALADO OS QUE TEM MUITO A DIZER,

E MEDROSOS OS  QUE DEVERIAM AGIR.

ESCUTAR O QUE ESCUTO DE VOCÊ,

E SABER QUE ME FALAS COM RAZÃO.

NA CHUVINHA SAIR PRA COMPRAR PÃO,

NO CALOR SAIR PRA NAMORAR,

ESTANDO CONTIGO NÃO TE AMAR,

SÃO AS COISAS QUE FAÇO SEM GOSTAR.

VER A VOLTA DO VASCO E ME GABAR,

DE SER ELE O TIME DO AMOR,

QUE CAIU, MAS LIGEIRO LEVANTOU,

E NO TOMBO SE VIU A DIFERENÇA,

DOS QUE AMAM, E OS QUE SIMULAM AMAR,

DE QUEM GOSTA SOMENTE POR GOSTAR,

E DE QUEM FAZ DO AMOR SUA MISSÃO,

E VOLTOU PRA ONDE ERA SEU LUGAR,

SÃO AS COISAS QUE GOSTO DE GOSTAR.

UM CASALZINHO

Passei a torcer por um casalzinho que eu achava inconcebível, impossível, fadado ao fracasso. Um casal de quase adolescentes, com nada na cabeça, muito hormônio(s).

um é meu sobrinho, cujo nome é uma homenagem a Roberto Carlos, ídolo do pai dele, que todos conhecem como Roberto, mas o nome de batismo é ESMERALDO, compadre meu (sou padrinho de meu sobrinho) e cachaceiro  de boa cepa, como eu fui, mas já não sou, por não poder beber, e isso foi bom, uma coisa boa do meu chato companheiro, ele mesmo, o parkinson.

mas vamos ao casal por quem torço, ou passei a torcer.

meu sobrinho, baladeiro e namorador, dir-se-ia, se o escriba desse texto fosse dado a tal, que o cara, meu sobrinho, é comilão. Mas não digo, embora seja mesmo, pois agora se diz aposentado das baladas e querendo namorar sério. Com quem?  joseane. Ela tem jeito de menina namoradeira (não é), espalhafatosa (isso é), me chama de chato (todo mundo tem esse costume, não  sei o motivo) gosta de uma música de chico buarque, construção, o que é estranho, pois o gosto dele não é muito sofisticado…, eu gosto da danada, e ela de mim, embora nunca diga. Chama todo mundo de ridículo, e aos vinte e não sei quantos anos se mantém em um estado que nenhuma mulher hoje em dia se mantém quando passa dos quinze(segundo meu sobrinho ela é jogo duro, ou ninja, como disse o próprio.

Agora vamos a meu sobrinho, ele mesmo, o meu sobrinho ROBERTO CARLOS. Afeito às baladas, pouco afeito aos estudos, campeão de futebol de video game, seu gosto musical é um mistério, gosta de músicas lindas e de porcarias sem paralelo. Discute comigo para provar que não exerço influência sobre ele, o que é uma tolice, tenho ídolos, mas isso não faz com que não pense por mim, ao contrário. Ele tem todas as tensões comuns aos de sua idade, e um histórico de namoradas lindas, uma delas, a última, foi muito complicada, e fomos a fórum, a delegacia da mulher, o diabo. Ele me diz de forma sincera que gosta da espevitada joseane, que sofria por ele, enquanto ele comia a metade de caruaru (desculpem, não resisti)

agora torço pelo casal, porque seria ótimo se desse certo, seria a afirmação de coisas em que acredito, seria como “paula e bebeto”, na música de caê.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

MEU NATAL FOI: BACALHOADA, AMIGO OCULTO, ZÉ GERALDO, CLARA NUNES, OSWALDO MONTENEGRO, MEU PAI PUTO COMIGO, MEU PAI DOCE COMIGO, ÁRVORE, TUDO IGUAL A SEMPRE, PARECE UM FILME. UM FILME QUE SE REPETE SEMPRE, TODO ANO, MAS NÃO SE CANSA DE SE VER. MEU NATAL FOI BOM. VIVA O NATAL

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

domingo, 20 de dezembro de 2009

SENHOR, TENDE PIEDADE DE NÓS.





















Meu natal seria perfeito se eu andasse na rua e não visse o doloroso rosto do pai que não pode agasalhar o filho imundo que está na sarjeta de rua imunda, enquanto que em frente, numa igreja, se fala do menino Jesus.

Meu natal seria perfeito se eu não olhasse, mas eu olho, e daí advém minha dor, meu cansaço dos felizes natal que me dão e que sou obrigado a dar. porque sou hipócrita como todos. olho nos olhos da fome e acho normal, e nada apazigua, nada redime, porque depois vou jantar, comer peru, e pouco se me dá o menino faminto.

O ridículo de tudo isso é essa “revolta que me faz achar que não sou mal, afinal vi o menino com fome e tive pena. O menino e seu olhar me enternecem enquanto as pessoas menos dotadas de solidariedade, perpassam ao largo disso, como que anestesiadas. Eu, que sou humano, me contento com o outro ser humano faminto e sujo, que segura um filho faminto e sujo, mais que ele próprio, porque o estômago vazio de um adulto é triste, dói, mas o de uma criança é ainda mais dorido, é o nosso fracasso.

Então abomino o “noite feliz”, e tenho asco desse uso do natal. Jesus não está feliz conosco, e não poderia estar, por isso em respeito ao único homem que prestou, digo que somos maus, que se houvesse apenas uma única criança com fome neste mundo, Jesus estaria triste, mas tem muitas, portanto não pode haver alegria.

O que posso desejar a todos, e desejo de coração, é que Jesus, que perdoa tudo, tenha pena de nós, porque sua pena não ´´e paralítica como aq nossa, nem fingida.

O que desejo a todos é:

SENHOR, TENDE PIEDADE DE NÓS.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

ROBERTO CARLOS








A diferença, a sutil diferença, entre fernando pessoa e eu se resume nisso: ele escreveu apenas um verso cretino. Sei que dentre os bilhões de leitores deste blog, fundamental para as letras universais surgirão os defensores do poeta, pessoas apressadas, a essas (a coisa mais ridícula que faço ao escrever, tirando a iniciativa de escrever, é achar que existam desocupados, mas tão desocupados, que se disponhem a ler o que escrevo). Fernando pessoa escreveu isso: “ tudo vale a pena se a alma não é pequena”. Não existe no céu, menos ainda em outro canto, quem me convença que isto não é frase de Roberto e Erasmo Carlos, que talvez até o próprio roberto se queixasse do verso, achando-o meloso.
Mas falei nele, esqueço fernando pessoa, que foi o precursor do Roberto Carlos. Volto ao rei, e antes que alguém ouse supor que ironizo o Roberto (coisa que abalaria sua incipiente carreira, afetaria a audiência do seu especial de fim de ano na globo, essas coisas...) esclareço: Roberto é um quase gênio de nossa música, como caetano veloso, e todos os grandes,com excessão do chico. O compositor Roberto Carlos é espetacular. O cantor insuperável.
Insuperável?
Amigo, vou de dostoievski, em uma frase muito da vagabunda: “o homem vai até onde pode ir”. Ele diz tudo. Não entendo de música, então acho Roberto superior a joão gilberto. E quer sinceridade?
Entre joão e banda calypso, fico com a segunda. E tenho absoluta convicção de que isto não faz de mim um iconoclasta, um refinado vanguardista, só mostra que sou debilóide. Mas nunca tive a cara de pau de dizer que gostava de joão. Voltando ao rei, digo sobre ele o que acho. Um compositor fantástico, com péssimos momentos, mas que não ofuscam o brilho do conjunto, um cantor espetacular, um intérprete que passa verdade e emoção no que canta, mesmo você sabendo que a suposta “emoção” é fabricada, arranjada, em músicas hediondas como “o taxista” ou coisas que o valham.
Tempos atrás, quando ainda bebia, com um amigo que ainda é meu amigo, será sempre, confabulávamos como seria aZ morte do Roberto Carlos, e toda vez era a mesma coisa, todo domingo. E nos debatíamos nesse assunto fúnebre, com um deleite enorme. Como seria o funeral do Roberto.
Mas já se vão 15 anos, e ele não morre, e parece que canta melhor, e está mais novo, com 1254788 aplicações de botox, mas, mais novo. E continua com sua indumentária breguíssima (blazer com tênis, e ombreiras gigantes) mas que nele ficam lindas. Então é isso, Roberto é o nosso ídolo maior, e quem não gosta dele bom sujeito não é.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O BREGA

A longo prazo nada fará sentido, nem dietas, nem o que faz sentido hoje. A longo prazo se terá uma nova tecnologia, um novo modo de a humanidade encarar sua transitoriedade, sua falta de sentido.
O sol, nós, tudo, antes ou depois, se acabarão.
O que eu acho que nunca passará é o amor. Porque no dia que isso se der, nunca isso se dará, o que houve antes, o que haverá depois, não terá mais sentido.
Texto brega?
É, mas quero falar disso, falarei. Não de amores óbvios, nem de casais. Do amor cotidiano, solidário, humano. De um amor de um ser humano por outro ser humano.
De um amor pelo que a dor sentida no outro, na perda do outro, no outro, pelo outro.
Para falar de amor sem interesse, nem motivo, recorro à Jesus Cristo.
Sim, porque de sua boca, e não há aqui nenhum lugar para o religioso, sairam as palavras que deram forma ao que chamamos amor hoje.
Um ateu tem todo o direito a não crer, mas é impossível negar o “se alguém te bater no rosto, oferece a outra face”, ou “se amas só a quem te ama, que bem fazes?” ou a mais dilacerante das falas amorosas que o mundo conheceu. Quando perguntado quantas vezes se deveria perdoar, sete?
Cristo responde: setenta vezes isso.
Amor é palavra desgastada, usada a toda hora, sem pensar o que representa. Repito aqui, embora saiba do meu ridículo, pelo menos aos que não estão dentro de mim, e são todos: amo!
Nunca irei me arrepender por escrever esse texto, nunquinha. Não sou piegas, muito menos bonzinho, mas amo. E me amo por isso (a frase é de mirse, que eu amo), sim, uso a frase de minha amiga para dizer que amo, e não tenho vergonha de meu chorar, do meu amor.
E choro porque vejo gente suja na calçada com frio e fome. Porque vejo crianças que apanham, essas coisas. É um choro digno, justifcado, qualquer um chora. Mas tem outros chorares, e são belos como os primeiros, que para mim são diários, que me fazem orgulhoso de mim.
Um poema como “BUTOH”. Caetano chorando na morte de jobim, meu pai cantando “ assum preto” pra minha irmã, a dor do filho perdido,chorado pela mãe (lu) e por mim, embora sequer tenha visto a criança. O rio capibaribe, cristo, o mar de madrugada, tudo isso já me arrancou lágrimas, e me orgulho delas.
Amo!
Sou brega sim, mas vou te contar,e já começo a querer chorar, no dia que moacy cirne montou guarda para ver o sangramento de uma barragem, compreendi o valor do amor e da poesia, me tornei poeta de fato, poeta de mim mesmo, como moacy, como o maior de todos os poetas, Jesus Cristo, que além de poeta, além de tudo, ainda deu a solução para todos os nossos problemas, mas todos mesmos, se fosse seguido esse conselho do nazareno, bastaria seguir só esse, o mundo se transformaria em paraíso. Mas o mundo não tem amor, e eu sou brega, e amo minha breguice.
O conselho:

“AMAI-VOS UNS AOS OUTROS COMO EU VOS AMEI”
JESUS CRISTO

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

SÓ AQUI.

Eu sou poeta e danço só, no escuro.
Eu sou menino, quase doido, não tenho nada, pois quero tudo.
E te canso pelo tanto que erro, pelo tanto que gasto, pelo tanto que amo.
Planejo o mundo como eu queria, como eu posso. Por isso não lamente por mim, por isso não me queira corrigir.

Eu me desgarro, não me preservo, não controlo o ímpeto, nem contenho o riso.

No meu final não quero choro nem nada, nem coisas de que me façam em vida, ou o lamento pelo fim, ou esperança em nova vida. Vivo esta. E penses o quanto me dói, o que sinto na madrugada, o que sinto dentro de mim, por não esperar nada depois de meu fim.

domingo, 29 de novembro de 2009

DOIS CARAS BACANAS

Eu tenho mal de parkinson diagnósticado desde os 26 anos, tomo em torno de 16 comprimidos por dia, difculdades de fazer coisas simples, e tenho de pensar cada movimento que faço. Tudo que era mecânico, que qualquer pessoa faz naturalmente, eu preciso pensar antes.
O mal de parkinson é limitador, cruel, desgastante.
Mas eu não sou o mal de parkinson, ele não existe como um ser, eu sim. Eu sou um ser, posso sofrer, posso sorrir. Não sou ma doênça, sou uma pessoa. E escrevo isso por ter lido um ator americano (michael j. fox) dar uma aula na revista “Veja”, otimista, jovial, sereno, embora trema o tempo todo.
O parkinson, o câncer, a doênça que for, em situação que for, não pode destruir o sorriso. O sorriso é o motivo de tudo. Nada pode mais que o sorriso, nada pode mais que a fé. Ter fé em Deus, com o nome que você queira dar a ele, não importa, mas ter fé é tudo.
Quando meu flho me beija, ou vejo o mar, ou uma coisa que me dá paz, eu tenho amor pela vida, e isso é fé. Não se trata de tentar estendé-la por outra eterna, se trata de coisa maior, de coisa diversa. As vezes me cansa e me pesa a minha doênça, porque ela me tolhe, age de maneira mesquinha...., êpa!
Bobagem, ela não age, eu sim, porque posso chorar, mas posso escrever e dizer isso, ou ler manuel bandeira, ou xingar lula e beber água gelada.
E choro, sou um chorão, chego a ser ridículo. Se eu contar o tanto que choro será cômico, porque as vezes eu choro por que está chovendo, ou por ver outro ser chorar, ou por ver saúde no meu filho, ou por um rosto triste, ou lembrar um alegre, que está longe. Nunca tive vergonha de meu chorar demasiado, contenho na frente dos outros por receio de ser chato ou doido, ou confundido com o que não sou, uma pessoa triste. Porque sou alegre por natureza, sou bem humorado por vocação. Riu muito, sou uma pessoa que aceita as coisas, sem entreguismo, claro, com fé.
É sim, tenho fé, acredito em Cristo, acredito que o homem possa melhorar, começando por mim.
E eu deixo aqui uma mensagem otimista, uma espécie de “acorda, rapaz”, e digo a quem ler isto, por acaso ou não.
Eu pensei que ia morrer com 29 (foi me diagnósticada E.L.A., esclerose lateral amiotrófica, que mata rapidamente) estou com 34 e penso estender minha estadia aqui por mais 266, pois estou muito imaturo para morrer. E se posso te dar um conselho( e nesse aspecto posso) seja como o astro americano, seja como eu, aceite coisas duras e difíceis, porque cada ser humano tem seu mal de parkinson particular, sua dor, seus medos, sua aflição. Então chore, mas reaja, seja feliz, brinque e destribua carinhos, seja afável. E lembre-se, Deus (sim, ele existe) te dá recompensas pelas tuas bondades, desproporcionais, maiores do que elas mereciam, porque ele é desproporcional quando recompensa uma ato amoroso.
Eu, michael j. fox, dois caras bacanas, não somos santos, nem vítimas de nada, somos só dois caras bacanas.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009





Há algo de estranho na minha fé, ou descrença, há algo estranho. Só aumenta quando estou mal, quando esgoto a mim e minhas possibilidades. Quando não tenho o que fazer, quando fiquei triste porque é noite, e noite agora me cansa.
Há algo lindo nessa fé, tenho fé sim, amor é fé. sim, tem uma coisa linda na minha descrença, ela não pode ser total. E seria, se eu não tivesse lido as palavras do Cristo, se eu não captasse o som delas ditas por ele, com amor.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

LULA, O DESASTRE!

Energia nuclear é direito do Irã, diz Lula

LULA DEFENDEU O DIREITO DO IRÃ DESENVOLVER ENERGIA NUCLEAR PARA FINS PACÍFICOS. TENHO UMA AVÓ QUE ACREDITA EM TUDO, MAS TUDO MESMO, PAPAI NOEL, SANTIDADE DOS SANTOS CATÓLICOS(OUTRO DIA ME ENGASGUEI E ELA PEDIU A SÃO BRAZ QUE EU ME DESENGASGASSE. A SENHORA ACREDITA EM TUDO. MULA SEM CABEÇA E SACI PERERÊ ELA JÁ VIU, ALMA PENADA?
ELA ACREDITA, CLARO.
MAS TE JURO, SE VOCÊ PERGUNTAR A ELA SE ELA ACREDITA QUE O IRÂ USARÁ ENERGIA NUCLEAR PARA FINS PACÍFICOS, ELA FICARÁ PUTA (COM TODO O DEVIDO RESPEITO QUE SEUS 86 ANOS MERECEM), MAS ACREDITAR QUE O IRÂ ESTÁ PREOCUPADO EM ENRIQUECER URÂNIO PARA GERAR ENERGIA, PACIFICAMENTE, É DE EMPUTECEDR UMA FREIRA.

ADIANTE UMAS FRASES DO LULA:


"Não é a poluição que está prejudicando o meio-ambiente.São as impurezas No ar e na água que fazem isso."

"Nós estamos preparados para qualquer imprevisto que possa ocorrerou não."

"Um número baixo de votantes é uma indicação de que menaspessoas estão a Votar."

”Nós temos um firme compromisso com a OTAN. Nós fazemos parte da OTAN. Nós Temos um firme compromisso com a Europa. Nós fazemos parte da Europa."

"Uma palavra resume provavelmente a responsabilidade de qualquer Governante. E essa palavra é "estar preparado".

"O futuro será melhor amanhã."


)"A grande maioria de nossas importações vem de fora do país."

"O Holocausto foi um período obsceno na História da nossa nação. Quero dizer, na História deste século. Mas todos vivemos neste século. Eu não vivi nesse século."

"Se não tivermos sucesso, corremos o risco de fracassarmos."

"MINHA MÃE NASCEU ANALFABETA."

"É tempo para a raça humana entrar no sistema solar."

LULA É UM IMBECIL!
NÃO O ESTOU OFENDENDO, ELE FAZ ISSO QUANDO ABRE A BOCA.

"SEMPRE PENSEI EM IR, CAMINHO DO MAR. PARA OS RIOS E PEIXES, NASCER JÁ É CAMINHAR"

JOÃO CABRAL DE MELO NETO

domingo, 22 de novembro de 2009

PUTEIROS E LAN HOUSES

Acordo 20:30hrs de um cochilo milenar( não estou de bom humor, por isso, não enche!), olho em volta não vejo pitocudo, desço com a língua afiada, procuro na casa da avó..., nada. Iria chamar-lhe de falso, bicho feio, branco horrível, essas coisas (ia colocar os três pontos e a vírgula, não sei se estava certo antes, menos ainda agora), o branco não estava. Bom, procura-se um branco! Só havia dois lugares, a lan house, onde ele joga os jogos que tem em casa, em televisão menor, com três mil meninos gritando, mas que ainda assim prefere o antro, ou..., não, esqueçamos isso, ele é um criança.
Chego a lan house, está o pitocudo branco, em todo o seu reinado, jogando um jogo chamado guitar hero, com o controle dele, o cd dele, enfim, quase que pagando ao dono da lan house para ocupar o espaço. Em casa seria mais fresco, mais calmo, mais confortável, mais..., seria mais tudo, mas seria em casa. A quem esse menino saiu?
Fico esperando na frente da lan house, chega minha mãe. De onde vem a nobre senhora?
De um puteiro!
Calma ai, não sou nenhum filho da puta! Não literalmente, como querem muitos. Minha mãe nunca foi afeita a essas coisas, não por dinheiro. Ela vinha me informar que meu sobrinho estava no puteiro, em frente a lan house. Mas que diabos de bairro é esse, que puteiros e lan houses quase juntos?
Entenderam meu receio no começo?
Imaginem pitocudo equivocado entrando no puteiro? As meninas o devorariam como piranhas em um rio onde ele caísse, com sua carne morna e branca.
Começo a achar que minha família está meio Nelson Rodrigues, meio decaída, e tive ímpetos de ir ao puteiro e dizer a meu sobrinho: isso é lugar pra você!?
Não fui, claro. Por motivos óbvios.
Bom, eu tava até gostando de escrever isso, mas pitocudo chegou, mau humorado e com fome. Vou dar-lhe comida, uma tapa nos bumbum, um beijo e vamos conversar. Darei conselhos, direi só isso:
Não seja mal, não vote no PT, não veja televisão. Contarei algumas mentiras( a mais deslavada é que Michael Jackson era vascaíno) e dormiremos.

domingo, 15 de novembro de 2009

MEU PAI, MEU VELHO PAI.








ELE SABIA ONDE EU ESTAVA, COMO JOGAVA, COM QUEM IA, E O QUE PERDIA. MEU PAI, ELE SABE TUDO. MAS COMO NÃO SABERIA?
ELE ME DEU O RELÓGIO EMPENHADO, E TIROU O CORDÃO DO PESCOÇO, E DISSE: É SEU!
MEU PAI, MEU VELHO PAI. EU NÃO CHOREI , E ISSO ME ESPANTA.
ELE SABE DE MIM, EU SEI DELE, MEU PAI, MEU VELHO, QUERIDO E AMADO PAI. SABE, SOMOS VASCAÍNOS, E EU TENHO ORGULHO DELE, MUITO.
ELE DISSE QUE ERA MEU , EU SOU DELE. BOBOCA, ELE TEM CIÚMES DE MEU AMOR POR MEUS ÍDOLOS, ELE QUERIA SER ÚNICO NO MEU ADMIRAR. MEU PAI, VELHO E MAIS ÁGIU QUE EU, PORQUÊ ELE NÃO SOFRE DE MAL DE PARKINSON. SOFRE SIM, MEU VELHO UMA VEZ ME DISSE, NÃO COM A BOCA, COM A ALMA: “AINDA VEREI VOCÊ CURADO, MEU FILHO”.
MEU PAI, PARKINSON NÃO TEM CURA, EMBORA EU VÁ ME CURAR DE MAL DE PARKINSON.
MEU PAI, ELE É MEU PAI. VEIO ME DIZER:
EU TE AMO, PORRA, ENTENDE ISSO FILHO DA PUTA! VOCÊ DESTRUINDO SUA VIDA, DESTRÓI A MINHA.
MEU DEUS, PAI DE MEU PAI, ME DISSE: AGORA É HORA DA VIRADA!
O OLHAR TRISTE DE MEU PAI SOBRE MIM, COMO A LAMENTAR, COMO A SE FRUSTRAR, ME FEZ ARRANCAR DE MIM UM FOGO, UMA FORÇA, UMA DISPOSIÇÃO QUE EU NÃO TINHA, QUE SÓ ELE PODIA ME DAR.
O VELHO ME FEZ JOVIAL, O MEU PAI, AMADO COMO EU SÓ POSSO AMAR A ELE, IDOLATRADO COMO UM TOTEM, DOLOROSAMENTE, LINDAMENTE, COM TUDO QUE POSSO, COM O CARINHO QUE SOU CAPAZ.
OBRIGADO PAÍNHO, OBRIGADO PAIPATO, OBRIGADO MEU PAI. POR VOCÊ, PELO SEU CABELO, PELA SUA MÃO.
AMO VOCÊ, MEU JOVEM PAI.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

QUEM SÃO ?

QUEM DEFENDE HUGO CHAVES, DIZ QUE NÃO HOUVE HOLOCAUSTO, FALA MAL DE FHC (PRA LEMRAR: O HOMEM QUE POSSIBILITOU OS BLOGUEIROS IMBECIS, COMO O SR º CARLINHOS MEDEIROS, DE TER UM BLOG E FALAR IDIOTICES MIL, CHAMAR CAETANO DE "ANALFABETO EMOCIONAL", ISSO SÃO UNS POUCOS EXEMPLOS DE SER IDIOTA. QUEM SE DIZ DE ESQUERDA E NUNCA LEU MARX (EU JÁ LI, E NEM SOU E ESQUERDA NEM DIREITA) QUEM FALA MAL DA "VEJA" PORQUE ELA MOSTRA A REALIDADE NUA E CRUA, DO PT, DOS IDIOTAS QUE O CERCAM.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O SENHOR CARLINHOS MEDEIROS É UM IDIOTA!

domingo, 8 de novembro de 2009

84 000


NÃO HÁ O QUE COMEMORAR. NEM VI O JOGO.
O VASCO VOLTA.
O VASCO FICA.
84 000.
QUANDO O VASCO CAIU, CHOREI. UM CHORO TRISTE E SÓ.
AGORA SINTO O GOSTO DE SANGUE NA GARGANTA.
QUERO VINGANÇA. A BOA.
O VASCO VAI BUSCAR TITULOS.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

PITOCUDO CRESCE

terça-feira, 27 de outubro de 2009

PITOCUDO DORMINDO









Vejo você dormindo, descanso teu sono e afago o meu cansaço imenso no teu ressonar, no teu dormir. Você dorme em mim. No meu coração, ursinho panda. Você fere em mim, e corta, a malvadeza, faz a maldade em mim ser mais maldosa ainda.
Quando adoeço, com um febre de mil graus, e com um ímpeto de destruir coisas, para depois carpir sobre o que matei, ou me revolto contra minhas possibilidades positivas, minhas boas inclinações, é você, não você acordado, não você desperto, você sereno, dormindo. O teu sono é meu descanso.
Você dorme lindamente, mas não é isso que eu mais gosto, o que mais amo é teu sono, teu ressonar, que me restitui energias, que me faz forte. É rapazinho de quase oito anos, não é comida, nem água, menos ainda o ar, o que me mantém vivo, é você.
Não é sono, o meu sono, que me descansa, é tu dormindo.
Canalhinha branco, que fará oito anos amanhã, não me importa o que achem as pessoas do que está escrito aqui, o meu desejo é que quando fores maior, com discernimento suficiente para ler aqui e entender o que se passa, entenda bem, como é.
Não pretendo que me admires, nem gostes de mim como eu gosto de ti, mas ao ler isso no futuro, e olha menino meu, talvez eu já não possa escrever, nem falar, e meus movimentos sejam tão lentos e rígidos como uma máquina, mas lendo isso que te escrevo hoje, um dia antes do teu aniversário, um dia lindo por ser véspera de outro dia lindo, fica sabendo de uma coisa: ninguém, mas ninguém mesmo, de tempo algum nesse lugar em que estamos, vai te amar tanto quanto eu, ninguém. E onde eu errei contigo, onde fui ausente ou for, me desculpe, mas nunca fui desamoroso contigo.
Não quero muito de ti, mas uma coisa quero, faço questão, pitocudo de minha vida, que quando eu não estiver contigo, por motivo qualquer, e você sem querer, ou não, se lembrar de mim, quando por um lapso qualquer você se lembrar do teu paínho, e eu estiver longe, ou além, não lembre do que te disse, do que te dei, do que fizemos, rimos ou brigamos, ou o que seja, lembra de uma coisa só, e que sequer você viu, lembra, de teu pai te olhando dormir, com tanta ternura, com o coração tão ardendo, como se fosse o último momento bom do mundo. Lembra de mim quando quiseres, mas não esquece o que não vistes, não esqueças de teu sono, não esqueças de que tudo que eu quis foi acertar contigo. Todos os pais são iguais, mas eu, moleque bravo, olhando para seu sono, agradecendo a Deus por você estar ali, fui mais pai do que todos os outros, por um instante, mas que nunca passou, vivo pelo seu sono.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

PITOCUDO VELHO.









Quando eu te ver mais velho, com expressão cansada e os enfados da vida, que destroem a criança que fomos e o nosso frescor, então não terás mais o teu jeito de menino, nem acreditarás mais que eu seja o melhor.
Não terás mais os trejeitos e os encantos que me fazem achar que o paraíso é algo próximo de uma coisa como teu olhar, e não blasfemo, moleque malandro e sério, porque teu olhar, quando eu lembro ou vejo em conversas contigo, me faz um cainho na alma, um bem tão enorme, que penso que antes de qualquer dor, por maior que seja, Deus me deu algo que me faz possível o peso, que impulsiona, que vem como um aviso: “o prumo, rapaz estouvado, louco, desregrado e inconseqüente, o prumo!”
És hoje o que encanta e deslinda o que seja treva, o que dissipa o mal de mim, o que me freia. Porque sou louco, carro de um guia louco e bêbado.
Amanhã, você mais velho, penso em você com rugas e me vem uma coisas estranha, uma imagem cômica de você no futuro. E no futuro te amarei tanto quanto hoje, nunca menos, nunca com menos carinho. E te digo o que não se deve dizer a ninguém, o que me faz péssimo pai, no sentido estrito de estragar o filho com excessivo carinho. Digo que aja o que houver, no tempo que for, onde for, não haverá modo de eu ser contra ti, nem desligar o nervo que liga teu nervo a mim, esteja você errado ou não. É isso, posso saber-te errado, mas não posso arrancar meu coração, posso te repreender, ser contrário ao que faças ou o que intentas, mas depois de executado, terei meu peito, meu choro, minha energia para ti.
Sendo este um texto de parabenização (sei que a palavra não existe, mas digo que é neologismo, ou só é isso quando é um intelectual que escreve?)
Parabenizo-o, e me arrisco a tentar imitar um ídolo inalcansável- dêem um desconto, isso é um texto amoroso, de um pai para filho que se dão tão bem, que se amam tanto, que dá coragem de o pai escrever algo relacionado a poesia cabralina.
Quando o filho do carpina nasce, no “morte e vida Severina”, chegam duas ciganas do Egito para “lerem” o futuro da criança. Bom, dado o desconto de um pai amoroso que quer agradar o filho, vamos lá:

DIGO E PREDIGO E ANTEVEJO UM FUTURO ILUMINADO, UM HOMEM QUE NÃO SERÁ FAMOSO, MAS REI EM SUA CASA.
DOS GATOS TERÁ O CHARME DA PREGUIÇA E OLHAR DISTRAÍDO, DOS ANJOS O OLHAR.
MAIOR, JÁ ADOLESCENTE, MURMURARÃO MOÇOILAS AO PASSAR DO MUSO. SE BEM QUE ISSO NÃO CHEGA A SER UMA PROFECIA, O CARA É LINDO! ARRASADOR!
DIRÃO ALGUNS QUE ISSO NÃO É O TEXTO QUE PROMETI, AO QUE REDARGUIREI QUE EU NÃO CHEGUEI AO PONTO DE IDIOTICE TÃO AGUDA PARA FAZER ALGO QUE REMETESSE A JOÃO.
OS QUE ME ACHAM CORUJA RESPONDO QUE NÃO SOU. O QUE SE DÁ É QUE ELE É MEU FILHINHO, E ISSO FAZ DELE(PORQUE SENTI SEUS CHUTES NA BARRIGA DA MÃE, POR TUDO QUE NÃO POSSO EXPRESSAR) O MELHOR, O MAIS LINDO E PERFEITO DOS SERES.
FILHO, NÃO HÁ O QUE DIZER ENTRE MIM E VOCÊ, HÁ AS NOSSAS CONVERSAS, HÁ NOSSOS BEIJOS, HÁ COISAS DE AMOR E AMAR, QUE É MELHOR CALAR, QUE NÃO DARIAM PARA EXPRESSAR.
EU TE AMO, FELIZ ANIVERSÁRIO, E QUE VOCÊ SEJA NO MÍNIMO FELIZ.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

É BOM QUE SEJA ASSIM








É só um cansaço, mas passa e até faz bem. E é bom que seja assim, porque eu não suportaria.
Por muito sofrer dores dos outros, me chamam insensível.
Pelo muito que amo, cínico. É o preço de ser poeta, é o fado de quem suporta tudo.
Mas não sou santo, minha solidão foi eu que busquei, meu deserto não foi sempre isso, era melhor.
Entenda, não me queixo, sei do preço, da vida, sei tudo, sou quem compreende, quem comeu do fruto e lançou o homem, antes só sujo, na sarjeta, no inferno.
E diante de tua raivosa pergunta, diante do que você formulou sobre mim na sua definição sem erros, tenho uma resposta objetiva, clara, sem contra-argumento, sem apelo à nada.
Não é lamento, é cansaço, nem é derrota, ainda estou no fim do jogo, há tempo. Não é arrependimento, não, não tenho humildade, não é nada que se explique, ou que se critique, ou a vontade de escrever um poema. Não sou poeta, nem escritor, nem veado, só quero colo, descansar, estou cansado.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

CONDE DO BREGA E NIETZSCHE

CONDE DO BREGA CANTA: "O QUE EU FIZER ERRADO ESTÁ CERTO". NIETZSCHE DIZIA QUE HAVIA HOMENS SUPERIORES A OUTROS, E QUE AS ESTES ERA PERMITIDO ATÉ DISPÔR DA VIDA ALHEIA (DOS INFERIORES). BOM, SOU UM SIMPLÓRIO, NÃO PRETENDO SER NADA MAIS QUE ISSO, GOSTO DA PALAVRA, EMBORA ELA TENHA SIDO CORROMPIDA COMO TODAS.

SENDO UM SIMPLÓRIO, E SOU, PERGUNTO COMO IDIOTA, IDIOTA QUE SOU: O QUE FAZ UM HOMEM SUPERIOR À OUTRO? O QUE LEVA A ACHAR QUE MINHA VIDA É MELHOR E MAIS VIDA QUE A DE UM OUTRO?

MAS NÃO FICO SÓ NA PERGUNTA INFANTIL E SIMPLÓRIA (NÃO TENHO RECEIO DISSO, GRANDES FILÓSOFOS, E NÃO É O CASO, SE VALERAM DE PERGUNTAS SIMPLÓRIAS), PERGUNTO AOS QUE ME LÊEM, OU SEJA, A NINGUÉM, SE O FILÓSOFO ALEMÃO (PARA MIM UM GRANDE POETA) FOI SUPERIOR A SHAKESPEARE COMO QUIS, SE CONSEGUIU ATINGIR SUA META E ACABAR COM O CRISTIANISMO. EU RESPONDO, SIMPLORIAMENTE, CLARO. NÃO, SHAKESPEARE É O ESCRITOR A SER LIDO, JESUS O ÚNICO A SER SEGUIDO.

ENTÃO O ALEMÃO ERROU EM SUA AVALIAÇÃO PESSOAL. ERROU.

sábado, 17 de outubro de 2009

PARABÉNS AO POETA





O TEMPO LHE LEVOU OS CABELOS.
LHE DARÁ UM FILHO.
O TEMPO DÁ MAIS DO QUE TOMA AOS BONS.
OS ANOS O DEIXARAM MAIS FRACO,
NÃO LHE TIRARAM AS FORÇAS MAIORES,
POR ISSO ELE BERRA E NINGUÉM OUVE.
MAS HÁ UM GRITO QUE OUVIRÃO,
QUER PRESTEM OUVIDOS OU NÃO,
E NÃO É BEM UM GRITO, É EXPLOSÃO,
QUE MESMO NÃO SE ESTANDO ATENTO,
SE É LEVADO A PERCEBER.
SIM, SUA POESIA HÁ DE SER LEMBRADA,
SE NÃO PELA RAZÃO, PELA EXPLOSÃO JÁ FALADA.
PARABÉNS POETA, PELO FILHO, PELO TEMPO, PELA ESCRITA E PELO AFETO.

UM ABRAÇO DO VATE.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

ONDE ESTAVAS?


Sei de mim, de meus invernos. De minha dor, de seus infernos. Mas não me queixo, espero.
Enquanto espero vejo o belo onde posso, desvio o olho do que não gosto, amando o gesto bom;
Não tenho medo de bala, nem de satanás, não de morrer novo, nem velho, nem de morte em morte, nem de sofrer, tenho medo de secar, de perder o amor. Morrer em vida, em vida severina.
Não busco salvação, já disse, busco colo, meiguice, olhar sincero, e muito vento no rosto, ou afago, ou que alguém me entenda, não que aceite, que entenda.
Porque quando me deres conselho,quando quiseres me ensinar algo, quando vieres com tua moral, teus princípios, teu “deus”, te direi que o Deus que creio e bom, o que crês, castiga, e quem castiga não é Deus, é o teu deus, um deusinho mesquinho, tacanho.
Quando me quiseres me mudar, ou me julgar, te direi: conheces a mim? Conheces a dor?
Onde estavas na noite de minha agonia?
Quando eu morri na primeira vez (depois disso mais mil) onde estavas tu?

domingo, 11 de outubro de 2009

MERDA!






Ontem, varanda da casa de meu pai, discutimos sobre questões profundas, e tivemos, eu, minha irmã e meu pai, um dos diálogos mais idiotas que a humanidade conheceu. Não há exagero, a conversa me deixou intrigado quanto a sanidade mental de minha família.. reproduzo aqui mais ou menos o tom da conversa.

Vamos aos participantes.
Minha irmã, anamélia, que diz que tudo de ruim ou de bom que acontece em um país se deve à sua colonização, dizia, em um arroubo de genialidade pura, que 2+2 nem sempre resultaria em 4 (é sério!), meu pai, defendia sua tese de sempre, que os americanos não prestam e eu entro em uma conversa desse nível para falar mais merda ainda.
E isso é literal, no meio de uma discussão sobre lógica, eu solto essa pergunta:
VOCÊ COME MERDA?
Veja bem, o que queria dizer era que mesmo partindo de convenções, de premissas não comprovadas, a lógica é perfeita, não pode ser relativisada, por não comprovada. Ninguém vai discutir se é certo ou não comer merda, no entanto.....
Bom, esqueçamos dessas merdas, falemos de outras.
Lula, novela, silas malafaia, flamengo....
Vou parar, chega de tanta merda!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

UM MENINO AUGUSTO.





Ano passado escrevi um texto sobre lu e Denis, que perderam um filho. Dia 20 fará um ano que o bebê deles se foi. Não me contenho, apressado que sou, falo do que não posso, nem quero calar. Esse será um texto sentimental, triste não, eivado de sentimentos, e já comecei bem, segundo minha irmã, a qual começar bem implica começar chorando.
Durante esse ano me envolvi com a morte desse bebê, não entendo o porque, ou o porque de tantas lágrimas por um ser que sequer conheci. Não sei explicar, mas vou tentar.
Toda dor materna me dilacera, por ser uma coisa que não posso sentir, e o que não posso sentir, por impossível, sinto na fantasia de um poeta, ou no olhar de uma mãe que perdeu um filho.
Quando vi a expressão de dor de uma amiga no MSN, desabei. Sou muito atento a expressões, olhares e risos ou choro.
Denis eu já conhecia, lu não. Então minha irmã me pediu um texto que deveria ser consolador. Não imagino como consolar um casal que perdeu um filho, então no texto pedia que chorassem e não tivessem vergonha. Mas o que me chamou atenção não foi o choro de lu, foi o de Denis. O choro de de uma mãe, quando da morte de um filho, é tão esperado e normal que não causa estranheza, é inexorável. O do pai não. É normal que ele chore, mas não desavergonhadamente, despudoradamente, como um menino. Admirei o choro dele, admiro o chorar dos que perdem e não choram contra o mundo, choram como poetas, choram não pelo que receberiam, mas pelo que dariam, não por egoísmo de querer para si, mas pelo que poderiam doar de si, subtraindo amor de si, e, numa impossibilidade exata, mas o que se sucede com nós, humanos, subtração que multiplica, que soma, que expande, que excede. Subtrair amor de si, dando-o a outro ser, sem qualquer interesse nos faz imensos, nos faz gigantes.
Chorei muito, ouvindo a mãe desconsolada me falar do filho, tive vontade, juro, de poder trazer de volta o menino, não me envergonho disso. De dizer isso.
Disse que havia me envolvido com a morte do menino. Não, não houve isso. Para mim, o menino de vocês nunca morreu, é vida. Não faço demagogia, falo o que sinto, e o que sinto é isso. Chorei pelo Augusto de vocês, choro ainda. Uma vez disse a Denis que ia à igreja preencher vazios. Não menti. Onde vou, ao mercado, ao portão, ou mesmo onde tenho medo de me perder de algo bom, vou para preencher vazios. Vou para fugir de algo ruim de mim. E o menino de vocês (lu e Denis), me deu paz, me deu descanso. Por isso falo dele, por isso chorei e choro por lembrar as lágrimas de vocês, porque sou grato a quem me deu a mão.
Dia vinte seria aniversário do pequeno Augusto. Será doloroso para pais. Mas se consolar não posso, posso lembrar que a morte ficou para todos, a vida depois dela só para os escolhidos. Tenho consciência que não serei um, mas o filho de vocês será.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

UMA ESCADA





A menininha disse que quando crescer irá comprar uma escada para poder ver o pai. O pai dela morreu com 28 anos. Era um pai amoroso, muito mesmo. Então a pequena tem saudade do pai morto, e diz que subirá aos céus em uma escada para vê-lo, pois disseram a ela (à guisa de consolo) que seu pai mora no céu.
Perguntei que série ela fazia, ela não me respondeu, me via como inimigo. Tentei conquistar ela lhe prometendo chocolate, lhe oferecendo algo em troca. Escambo.
O pai da menininha morreu de câncer. Forte, rijo, com 28 anos. Corria vaquejada, puxava boi pelo rabo, derrubava um boi, levou sete tiros e não morreu, é sério, sete tiros matam um elefante, não matou o vaqueiro. Um câncer o matou.
Vendo a menininha sofrer a morte de seu pai, vendo ali aquilo, eu contive o choro, contive mesmo. Porque se estivesse sozinho choraria intensamente. Choraria porque sei, e como isso me aflige! Como me desespera! Que meu pai quando morrer não poderei mais ver ele, mesmo comprando uma escada. E meu filho não poderá mais ver-me, quando puder comprar por si uma escada.
Vivemos como aquela menina, nos enganando a cada dia, sonhando com uma escada, uma escada que não virá, e ainda que venha não resolverá o problema.





VIVA O DIA DE HOJE, O QUE PENSO HOJE, O QUE FAÇO HOJE E É PARA O BEM. VIVA MEU PAI, MEUS AMIGOS, PITOCUDO, A MIM. VIVA À VIDA. BRINDE-A, SAUDE-A, AGRADEÇA PELO DIA DE HOJE, POR ESTAR LENDO UM TEXTO IDIOTA, POR SE COÇAR, POR TER FOME, POR TUDO QUE TEM, TEVE OU TERÁ. AGRADEÇA IRMÃO, DOBRE O JOELHO. REZE, CHORE. PORQUE EM ALGUM TEMPO, MENOS DO QUE IMAGINA, VOCÊ SERÁ PÓ.

INDIFERENÇA





Não é pessimismo, nem descrença, é mais vazio e fundo, é indiferença.
É mais que solidão, menos que morte, é saber-me entregue à própria sorte.
Podia ser descrito, se houvesse disso um motivo, ou impulso, como inércia, mas não é inércia, é mais que isso, é morte.
Quisera estar triste, quisera arrependido, mas já nem disso sou capaz, do choro ou medo.
Bom seria ser ateu, ou mal, ou santo. Não creio em nenhum deles, crendo no meio, com dúvida e deboche.
Não é lamento, nem outra coisa de sentimento, é descritivo, como um legista.
E não quero outro jeito, nem ser um “novo homem”, só ouvir histórias, só matar a fome.
Não posso ser o que quis, que eu seja o que sou. Somente eu, sem diabo, sem deus. E que minha dor seja aliviada, minha alegria contida, e siga assim a vida, vida minha, minha vida, querida e continua, lenta como meus gestos, linda e breve, como a beleza de uma jovem puta.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

O POETA DOS POETAS




QUEM NÃO ADMIRA OS POEMAS DE MARCELO NOVAES SÃO IMBECIS, MEDÍOCRES, ANALFABETOS, OU TUDO ISSO NUM KIT.
NÃO DIGO MAIS NADA, OS POEMAS FALAM POR SI.


A mulher verde

MARCELO NOVAES

Quando a mulher verde
Surgiu, no meio do fogo que
Crepitava, parecia-se mais
Com a morte

Seu uivo agudo, escuro,
Escarlate, fez lembrar
Manada de búfalos
Quando foge.

O som do desespero:
A espera eterna do eterno
Passageiro.

A mulher verde, em seu uivo
E em seu cheiro de enxofre, fez
Lembrar do verbo, quando sofre
O sonho ausente: íris sem olhos,
Tronco sem membros, boca sem
Dentes,

Dorso membranoso,
como o de um lagarto;

timbre e dicção
de dar nos nervos.


Wellington Guimarães
“Faz lembrar do verbo quando sofre o sonho ausente”

Não existe poesia cerebral, lógico que todo poeta é cerebral, mas poesia cerebral não existe. Quem diabos vai entender pela razão um poema? Mar não tem fios nem fins. Luz não tem franja e sapos não sabem de nada.
A apreciação do poema é irracional, demente, idiota mesmo, mas quem o faz tem de ser cerebral para embotar a racionalidade e fazer o leitor ter convicção absoluta que delimitou o fim do mar, que viu uma franja na luz e era branca, e que sapos sabem, tem consciência dos próprios saltos ou pelo menos do processo da coisa.
Agora, volto à frase acima, Há frases que o cara pensa: essa aí eu gostaria de ter formulado.
Outras, como essa tua, que o cara (eu) acha tão genial que não cogita essa possibilidade. Entenda, não estou me dizendo burro, ou incapaz de formular uma frase inteligente, ou genial como a de acima, mas o que digo é que meu pensamento não se dá conta de coisas alheias que lhe são sentidas, mas não expressadas.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O FILHO DE C(K)AROL

Poucas coisas me deixaram tão preocupados ultimamente quanto o filho de Carol, ou karol, ainda não sei. E hoje, me dando conta da nobreza do sentimento que tive, e do desinteresse do meu gesto, e de tudo o que cercou ele, me orgulho de mim.
Não, não é por cabotino, menos ainda ser freqüente, foi um rompante, admito, mas foi honesto, foi orgulho para mim, foi admirável.
O que fiz de tão bom?
Fui humano.
Desinteressado e humano.
O que fiz?
Não interessa, mas fiz, não por outra coisa que não carinho, não amor.
Amor?
Sim, amor não de homem, amor por gente, pela alegria de ver um filho restabelecido.
Olha, fiz parte da alegria de uma mãe. Fiz parte de um sorriso de uma criança. Fiz parte do amor de Cristo.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

MARCELO NOVAES

Marcelo Novaes escreveu “o escudo, o elmo e a sobra.” Uma obra de arte. Postei aqui duas vezes este poema, postarei sempre.
Há dois tipos de seres, só isso, não mais que isso. A saber: os cretinos e o não cretinos.
Qualquer ser humano normal, que seja minimamente letrado, ao ler o “escudo... ,” e não ficar pasmo, tem pouco o que se dizer dele. Ou nada.
Marcelo diz, e com razão, que não é autor de um poema só. De fato, os poemas dele são muitos, bons, geniais.
Mas sem delongas, como diria..., bom, ninguém usaria uma palavra dessas.
A insistência no poema não é oriunda (agora deu a peste!) de nenhuma espécie de predileção por autor, ou coisa que o valha, tivesse sido escrito por qualquer poeta eu adoraria, e se eu não gostasse do autor (não é o caso), e se detestasse tudo que fora escrito pelo poeta (menos ainda) conservaria todo o amor que tenho por esse poema e pelo seu personagem ambíguo, inviesado, visceral.
Este poema é o máximo que concebo quando penso em arte.
Arte, na minha cabeça, é uma realidade subjacente, uma realidade colorida, com coloração pessoal. Há os que prefiram o preto, ou o azul, outros o rosa. A arte é isso: imprimir à realidade um caráter pessoal, um valor que transforme o azul, que é só uma cor, em um azul superior. Um azul verdade.
Ao poema:

O ESCUDO O ELMO E A SOMBRA

Para Wellington


Ele fermenta a partir das uvas
Pretas, dos bagos pisados das
Uvas pretas

E dele eu me embriago
Não bebo como ensinou
Teofrasto, cortando o
Vinho em água, ou em
Carne antes degustada.

Não, eu me embriago
De verdade. Eu visto
A máscara que me
Distorce, e ela me
Cola ao rosto.

Eu fermento e me contorço,
A partir dos bagos pisados.

Eu sou o filho mau gerado,
Que bebo e copulo bebo e copulo
Bebo e copulo e bebo, sem fim,
Para compensar a falta de amor
Do ato que a mim
Me gerou

Eu sou o filho do estupro.

Eu sou o pária exilado em mim,
E tenho sede de amor.

Por isso bebo e copulo bebo
E copulo e bebo, e a máscara
Me cola ao rosto, compacta,
Sem alívio.

O meu caminho é cheio de
escolhos, o meu vigor e meu
amor próprio, sem o álcool,
são tais quais o movimento
ondulatório de um peixe morto
e o desejo sexual de um defunto.

Sem febre e fogo
Eu sou um dejeto.

Que se derrame, sobre mim,
Então, o vinho tinto ou o vinho
Branco, como o esperma se derrama
Sobre o óvulo que era infecundo no útero
Murcho, mas que inchou ao sofrer abuso.

Porque bebo, eu
Posso!

Porque bebo, agora
Vivo!

E parece de menos que eu prossiga
como um ébrio se assim existo,
ao menos.

Se não gosta disso,
Dê-me, então, uma
Escolha, ou um gole,
Dê-me um copo ou
Um colo onde eu
Me encolha,

Dê-me olhos que me tirem
O véu que nublou o mundo.

O mundo já tão nublado por
Bruma véu gaze febre e fome,
Por um cortinado em torno de um berço abandonado.

Dê-me um gole!
Somente mais um gole!
Eu estou aqui pra te dizer que
Estou aqui, cambaleando, mas
De pé.

Quisera eu nunca ter sido
Pra não te constranger na
hora do casamento.

Eu vim aqui pra te dizer
isso.
Eu vim aqui pra me casar
com você.

Salve-me de mim, se por acaso
Podes.

Eu já não sei o que fazer.
Tente me compreender
Quando insisto que, para
Mim e por mim mesmo,
Não encontro meios. Só
Por Cristo, e por você,
Talvez.

Eu vim aqui para dizer
Que não sei se posso,
Sóbrio.

Eu vim aqui para dizer
Que me assusta o ócio,
Ainda que eu nada saiba
Fazer.

Respeite o meu desejo
De silêncio, que reside
E dorme bem no meio
Do meu medo de ouvir
O silêncio entre os teus
Seios.

Eu vim aqui para dizer
Que estou aqui, ainda
Que pareça alheio,
Bárbaro, nômade.
Errante, estrangeiro.

E sou.

Mas quero te dar um lar
E dá-lo a mim.

E devo ser, talvez, mais
Do que esta máscara de bêbado, ainda que,
Quando a tire
De mim,
Eu nada
Me saiba.

Mas eu estou aqui,
Tremendo dentro de mim
Mesmo, essencialmente três:
Palavra, alma e

Máscara.

E eu vim aqui pra te entregar
Meu medo, junto com a aliança
Que perdi no caminho.

Esse medo expresso nos meus
olhos baços, que te parecem
lindos, que você acha lindos
quando eu não
bebo.

Mas ontem e hoje e sempre,
Que eu me lembre, eu bebi,
E copulei e bebi e copulei e
Bebi e copulei,

Para sentir uma nesga
Do amor que, talvez,
Esteja em
Ti.

Mas ontem te traí,
Devo dizer,
Aqui.

Por isso, releve a minha
Embriaguez, pois te confesso
Em público o erro, nessa centésima
Trigésima vez, nesta hora em que expresso
Todo meu arrependimento e minha fraqueza,
De joelhos.

Eu sou o mendigo,
Você a senhora
De meu destino.

Eu sou o exilado
Em toda terra que
Piso,

O bandido,
O arlequim,
O bandoleiro,

O trágico,
O palhaço.

Eu sou o outro filho de Dioniso,
O que implode em vez de disparar
Tiro.

Eu sou aquele que sofre e faz sofrer,
Sem encontrar gozo ou alívio.

Eu sou o pária expulso do corpo e do
Riso.

Eu sou o meu desgosto o teu desgosto
Aqui expresso, de joelhos, patético,
Farsesco, fraudulento, estrangeiro
Para ti para mim para os outros,
Em meu próprio casamento.

Eu me contorço e fermento,
Copulo e bebo e copulo e te
Traio e copulo e bebo, mas não me contento,
Nem me conforto.

Eu sou um outro de fora
Que veio habitar o dentro,
E não foi aceito.

Meu ponto fraco é inteiro
E eu mesmo sou pedaço.

O que eu seguro me escapa pelos
Dedos, como a aliança de casamento
Que eu perdi, a esmo, no caminho.
Porque nem sigo reto, porque me
Inclino sempre à direita, como um
Escritor que está ficando
Cego.

Eu sou um rosto a ser descoberto
Por tuas mãos, por teu beijo, por
Teu afeto.

Eu sou um ébrio que pareço um
encosto,

um mendigo que pareço pedir
teu sacrifício e tua falta de
sono pra me esperar
chegar enquanto
nunca amanhece,
quando o sol se
esquece de
acordar.

Eu te trago a dúvida

Eu faço dívidas.

Talvez seja essa a outra
coisa que te aterrorize
além da aliança que
deixei cair. Eu faço
dívidas, e você
não quer
dividir.

Em contrapartida,
Quando eu empresto, não
Me pagam. Eu sou tido por
Desonesto, quando sou fraco
E desonesto. Os dois. É mais
complexo. Eu sou o negativo do que pareço. Mas não sou
vingativo.

Eu não atiro, eu não machuco,
Eu não lincho, eu me desmancho
E cedo e choro, à beira da sarjeta
E do abismo, e prometo aos que
Passam o que não tenho.

E chamo amigos,
Porque os quero amigos,
Os que não
Conheço.

Eu conto história de um
Passado que eu invento,
Talvez pra parecer um outro,
Completamente outro, eu que
Sou sombra, elmo e
Escudo.

Eu que sou roto, quase
Afogado em álcool.

Eu não tenho critérios,
eu não tenho os meios,
Eu não sei ler os instrumentos
Aéreos para me sentir elevado quando bebo,
Para me sentir inspirado leve alado enlevado
Com o fogo que, em mim,
Fermenta.

Eu sou balão à deriva,
sem bússola, sem para
-quedas.

Eu sou o herói pára-raios
Sob a chuva, o filho frágil
Que não se sustenta,
Entregue à borrasca.

Eu sou lilás, mas nefasta,
Coberta com crosta negra,
Calcinada.

Eu ofereço espetáculo
Gratuito, quando tropeço
Na calçada, quando peço
Um troco ou
Um trago.

Eu estraguei a vida de muitos
E a minha própria.

Eu me dei a mim mesmo como
Oferta inóspita.

Cantam contam cantam a minha
História a minha ânsia a minha perda
No coro da tragédia
Grega.

Eu sou o que vaga entre os mortos, em
Vida.

Ainda assim, eu estou aqui para dizer
Que estou aqui mesmo, para dizer que
Sim e que te aceito, mesmo tendo
Perdido nossa aliança de
Casamento

Faça-me potável, não mais ébrio e
Sujo, faça-me querido, faça de mim
Sair um homem inteiro, o homem bom
Que possa estar embutido.

Faça-me sorver teu sim como um remédio,
E salva-me de mim mesmo,
E me dá abrigo.

Dê-me a carne e o pão, dê-me a tua carne
E me tire o vinho, pois não sei ser são sorvendo
Fogo não sei adoçar o fogo alisar o fogo acariciar
O fogo amansar o fogo que me dói por dentro.
Sopra, então, em mim o teu alento.
Mistura um pouco do teu vento
E do teu óleo bento no meu beijo
Azul noturno.

Eu sou um ébrio e eu me contorço
e fermento e existo como um escolho
como um obstáculo na vida dos que eu
escolho.

Abra o olho, meu amor. Ou melhor,
Feche os olhos pro meu beijo escuro.
Nem eu mesmo sei bem o que quero.

Eu sei o que não posso. Eu sei como me
Pareço: como novilho ou lobo preso no
Emaranhado espesso de arbustos com
Espinhos negros.

Eu me pareço assim, sozinho, mesmo
Com você.

E ainda que eu queira e teime e trema
E me exprema e me ajoelhe, sinto que
Você não poderá dar jeito nesse meu
Fundo vermelho sobre negro.

Eu sou complexo em mim mesmo,
Vermelho azul e negro. Nigérrimo.

Eu sou o pária dos párias,
Um cão mordendo um pedaço de
Madeira.

Então, não se case! Acorde!
Enterre-me ali mesmo, ou
Deixe-me à beira do abismo,
E não deixe de plantar por perto
Um cepo de videira!

E que todas as montanhas sejam minhas!

E que não haja mulher que me queira!

Vou-me embora a pé, andando em curvas,
Como cheguei. E te peço, por mais que te pareça
Estranho: não me procure mais, me esqueça!
Eu estarei chorando girassóis como sempre fiz,
Na sarjeta.

Você não me quer mais,
Porque não me quer
bêbado. Eu sinto.
Vejo nos teus olhos,
tens medo do vinho
e do absinto.

Você não pode comigo.
Não creio que jogue a corda no
Fim do poço sem fim sem cair junto.
Nem que possa tocar alcançar a dor
Que mora em mim como um filho
Dorme ao
Relento.

Você não pode comigo, para viver ou
Morrer comigo, de joelhos, com o punho
Fechado sobre o peito, rezando aos monstros
Do caos primeiro.
Não podes me acompanhar
Na noite de mim mesmo.
Eu não creio!

E cuspo aqui no chão, agora, em frente ao altar,
Para expressar meu desprezo por tua compaixão!
Pode você suportar um eclipse do sol com o olho aberto?

Duvido!

Deixo-te aqui! Cala-te! Para de chorar!

Pode você aplacar os poderes do inferno,
Sem se deixar fulminar?!

Eu sou o bago pisado da uva negra,
E o peso do pé que me pisou você
Não suporta,

Nem dividir minha ânsia, meu andar
-sem saber, meu frio que não encontra
Calor, meu calor que nunca amansa.

Duvido! Quem é você?! Pote de
Lágrimas e náuseas com presunção
De Madre Teresa, ou Nossa Senhora?!

É você divina ou metade divina, ou é
Metade vermelha verme e azul noturna,
Como eu sou inteiro?!

Você não pode seguir em paz com satanás
Do seu lado. Você não é santa, não me engana.
Não se faça de ingênua à cabeceira de minha cama.
Quando eu te conheci nem virgem mais era, nem fui
Eu que te fiz mulher! Como perdoar você, me diga?!
Como me perdoar por querer me casar com você?!

Só indo embora...

Eu devia estar bêbado quando te
Encontrei na noite virulenta sem luz e sem fogueira.
E eu já quase estava a me comprometer com você,
Com tuas ambivalências, com tua prepotência,
Com tua arrogância de imaginar poder salvar
Alguém. Teu lugar é o da pergunta, e não o de
Me dar respostas, cadela imunda e preguiçosa!

Eu sou teu rei, mesmo ébrio, porque te faço
Parecer sã e boa, quando o que tu sabes
Fazer mesmo e de melhor é dormir com os
Meus amigos e com os que me desprezam!
Então, diz pra mim, como amar a ti?!
Pedes muito a mim, que mude. Eu,
refugo de mim, desde a origem.

Minhas costas doem, meu estômago
Chora e enjoa, mas quer mais um gole.
Só mais um copo ou dois. Prove agora
Que me ama, saia daqui e me acompanhe!
Beba comigo, mesmo que seja só por mim!
Duvido, manequim de Madre Teresa!

Duvido que possas comigo, sempre em
Metamorfose, como Raul Seixas, sempre
Fora de mim e mutante para me sentir mais
Vivo! Você é frágil, tola, arrogante, jamais
teria sobrevivido ao fogo que eu bebo!
Eu conheço o vinho! Eu conheço o
Sofrimento!

Você conhece a mim e o arder sem fim
De um desejo inquieto?! Duvido!

Tenho pena de ti. Pena, não, tenho nojo
E desprezo por vocês dois, e de mim mesmo.
E você também tem nojo e medo de mim,
Não me negue, vejo no teu rosto!

Está aí exposto, na frente do padre e de
Todos! Não se ausente, não seja covarde
Como eu tenho sido, Antes que seja tarde!
Confronte-me! Confronte-se comigo!

Se me ama tanto assim, corra atrás de
Mim sem se desesperar! Não aceito
Mulher sem postura! Eu sou bêbado,
Mas tenho os meus critérios! E você não
Pode comigo, nem com o que eu sinto e
vejo. Você não pode suportar os cem cavalos
negros de São Tomás de Aquino
com seus cascos cinzentos, que cavalgam
sob o céu e sobre o vento, você não pode
com esse galope de cem cavalos coriscando
raIos, nem o sol negro, nem o
olho mau de Deus, nem tudo o que conheço,
sem sentar numa cadeira deitar-se numa cama
e pedir
arrego!

Você não aquenta o galope de cem cavalos
Irados sobre a cabeça! Então reconheça e se
Despeça. Vou-me embora! Eu que sou três:
Copo, palavra alada e alma. Eu que sou três,
Também: sombra, escudo e elmo.

E se me despir,
Será longe daqui.

Marcelo Novaes

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

NÃO GOSTO DE COVARDES

NÃO GOSTO DE COVARDES, DOS QUE SE QUEIMAM EM GELO, DOS QUE ACHAM ÓTIMO A MERDA QUE TEM, DE QUEM ESCONDE-SE DE SI, DOS MEDÍOCRES.
PREFIRO O FOGO, A FÚRIA, O JOGO, À FRIEZA DAS NOITES EM BOM TETO. PREFIRO O FURACÃO, O INCERTO DO LANÇAR-SE AO RIDÍCULO DO NÃO TENTAR POR RECEIO DO ERRO. ERRO, MAS COMO HOMEM, NÃO BUSCO SANTIDADE, NÃO CREIO EM SANTOS NEM PASTORES, NÃO GOSTO DE BANHO MORNO, NÃO TENHO MEDO DO INFERNO E ATÉ GOSTO DO INVERNO.
MAS GOSTO, E TANTO SE ME DÁ QUE ACREDITES OU NÃO, GOSTO, E COM UMA INTENSIDADE IMENSA, QUE NÃO PODE SER SENTIDA E POR ISSO E RECHAÇADA POR TODOS. SOU ATOR?
MENOS QUE OS QUE ACHAM QUE SOU.
QUE SE DANEM OS QUE PERTENCEM A GRUPOS, SEITAS RELIGIÕES, AUTARQUIAS, MÁFIAS, OU QUALQUER AGLOMERAÇÃO.
SOU EU, SOU ÚNICO, IMENSO E PEQUENO EM MIM, DEUS DE MIM MESMO, ABSOLUTO EM MINHA FRAGILIDADE.

SOU O VATE, MINHA COR?

ABACATE!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

XÔ SATANÁS!

Eu escrevo mal, ou melhor, não sou poeta. Marcelo Novaes escreve pra caralho, é injustiçado, eu não. Não sou idiota o suficiente para me achar poeta, sei de mim.
Apareceu um seguidor de blog aqui, nesse insípido blog, cujo nome é “antologia poética”. Fiquei lisonjeado, pensei: os poetas tem vida eterna, sim porque os que prestavam estão mortos (com exceção de Novaes). Pois bem, o título pretensioso como um doido que se diz Nero, me levou a poetas (?) ridículos. A esses peço: se mandem! Não gosto de porcaria.


À MIRSE:

Te amo, boba.

À MARCELO NOVAES:

Um abraço.

E SALVE O VASCO, O BLOG DO MOACY, A PROLOPA, A UMA PORRADA DE OUTRAS COISAS, QUE NÃO DIGO POR PREGUIÇA.

terça-feira, 15 de setembro de 2009







segunda-feira, 14 de setembro de 2009

KAROL OU CAROL?

ELA QUER CONHECER MEU FILHO, CONHECERÁ.

QUER VER FILME COMIGO, NA MINHA CASA, COMENDO PIPOCA, FAREMOS ISSO.

MINHA AMIGA, QUERIDA, DISSE-ME COISAS QUE JÁ OUVI, COISAS QUE EU ADORO OUVIR, E QUE QUASE ACREDITO.

FOI PAGA, MAS NÃO PARA O QUE FEZ.

PAGUEI, MAS NÃO PARA SENTIR O QUE SINTO.

GANHEI UMA AMIGA.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

SOU ATOR

não finjo muito tempo, sou ator não mentiroso. E saiba a diferença, o primeiro pode chorar com o personagem que cria, o segundo não.


Há entre o ator e o mentiroso, uma abismo, um imenso divisor. O ator pode fazer-se de bêbado mesmo abstêmio, mas precisa conhecer os mecanismos do bêbado, seus sestros, sua impostação de voz, seu tombar. Mesmo o pior ator tem de já ter visto um bêbado para interpretar um.

O mentiroso não se guia por verdades (oh!) o ator sim, ainda que subjacentes, ainda que mentiras.

Sou ator, não sou mentiroso. Preciso de um resquício de verdade para formular minha mentira. Ou seja, preciso de um suporte à minha dor.

Sou ator e não minto quando te digo que fui à lua, ou quando choro, ou faço charme, ou choro contigo, ou dentro de ti suo e te digo coisas como brasas, ou ainda quando creio crer, e nesse processo chego a fé total, ou talvez descrença, ou o vazio.

Sou ator e não minto, e mais medo tenho disso do que se fora mentiroso, porque a mentira é prática, o palco não. E tenho em mim, sou ator, lembra? Personagens, vilões e heróis. Um que te comove de tão delicado, outro que joga, que quer ferir tudo. Um que só quer teu colo e tua música, outro que quer só estar só, em uma praça, em um bar, com mil putas, porque tem medo.

Nunca menti, interpreto. Prefiro o herói ao vilão, e entenda uma coisa, só uma, mais nada, o ator ama, o mentiroso não, o ator pode fazer só bons papéis, o mentiroso não, o ator precisa de um bom diretor.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

JESUS CRISTO

Do que já foi dito, pelos sábios, pelos burros, pelos grandes generais, pelos poetas e pelos práticos, por quem é místico ou pelos cartesianos, por blogueiros e gente normal, fica o ensinamento de Jesus Cristo: amai-vos uns aos outros como eu vos amei.

Se só tivesse vindo à terra dizer isso, se não tivesse feito milagres (ele fez, andou sobre o mar, fez cegos enxergarem…) bastaria para ser um momento de luz intensa.

 

O que faz essa frase um milagre, uma frase de um Deus, é sua condensação dos tempos, dos dogmas, do próprio Deus.

”EU SOU A VERDADE, O CAMINHO E A VIDA.”

JESUS CRISTO

Google

jesus06_1024

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

QUEM NÃO VIVE TEM MEDO DA MORTE

CHICO BUARQUE:

“De todas as maneiras
Que há de amar
Nós já nos amamos
Com todas as palavras feitas pra sangrar
Já nos cortamos
Agora já passa da hora
Tá lindo lá fora
Larga a minha mão
Solta as unhas do meu coração
Que ele está apressado
E desanda a bater desvairado
Quando entra o verão

De todas as maneiras que há de amar
Já nos machucamos
Com todas as palavras feitas pra humilhar
Nos afagamos
Agora já passa da hora
Tá lindo lá fora
Larga a minha mão
Solta as unhas do meu coração
Que ele está apressado
E desanda a bater desvairado
Quando entra o verão”

WILLIAM SHAKESPEARE:


“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar.”


JESUS CRISTO:


“QUEM NÃO SE JUNTA COMIGO, ESPALHA”



MEFISTÓFELIS, SATANÁS, CÃO, DIABO, CAPETA, COISA RUIM..., NO LIVRO DE GOETHE:



“AQUILO QUE AOS SENTIDOS PRAZ, EM UMA HORA MAIS DESFRUTARÁS QUE EM TODA A VIDA”


Guimarães Rosa:

É preciso sofrer depois de ter sofrido, e amar, e mais amar, depois de ter amado.




WELLINGTON GUIMARÃES:*

“QUEM TEM MEDO DE CAGAR, CHUPE SORVETE.”



• A frase não é minha. É corrente aqui no nordeste, achei apropriada ao quero dizer.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

SOU COVARDE.

Pitocudo é vascaíno. Isso ele não pôde escolher, eu lhe obriguei. Tenho comigo que ele pode ser o que quiser pela vida(dentro da lei, lógico) o que ele for eu aceito. Respeito cada escolha dele, mesmo as que eu julgar erradas, mas time não, isso não é permitido a ele. Mas como disse, ele é vascaíno, com tudo de bom que isso pode ser.
“O vasco é o time da virada, o vasco é o time do amor”

O Vasco tem quatro títulos brasileiros, três sul-americanos, mais de vinte cariocas, rio-são paulo, o diabo. Poderia se gabar, se vangloriar. Não o vasco não quer ser o melhor, o vasco pe o time do amor. Isso é lindo, isso faz a glória vascaína.
O vasco caiu, está onde não lhe cabe, está na segunda divisão. Nunca havia caído, caiu. A torcida vascaína viu o time cair, eu vi, doeu, muito. O vasco lidera a segunda divisão, subirá, isso é fato. Os vascaínos dão e deram apoio ao vasco. Sábado passado eu fiquei entre alegre e abobalhado, mas sobretudo maravilhado. O causo eu conto como o causo foi.

O machão da gama colocou quase 80 000 pessoas para assistí-lo, não decepcionou, detonou o adversário, o ipatinga. Tudo bem, o ipatinga não é nenhum real madrid; mas que fosse, vendo aquilo, um time na segunda divisão, colocar 80 000 rebaixados para gritar que o vasco é o time da virada. Isso assusta.





Disse “assusta”, vamos ao que me assustou em minha sala. De frente da tv estávamos eu, pitocudo e meu sobrinho. Fico calado, meu sobrinha fala, e pitocudo se mete a toda hora com seus comentários impertinentes. De repente olho pra ele, fico estupidificado, a camisa que ele está é uma camisa do vasco antiquíssima, que foi de meu pai, foi minha, agora é dele, e na camisa está escrito: pequenos vascaínos. Era de uma torcida organizada do vasco.
Quando eu morava no rio, tivemos altos e baixos financeiros, meu pai esteve bem, morávamos bem, no tempo do meio, quando meu pai chegou foi para uma favela, onde nasci, depois comprou uma apartamento, teve de vender, fomos para a travessa laurinda, onde percebi que duas coisas.
Uma: eu sou um desastre em qualquer jogo, de azar ou de criança. A outra: eu amo de maneira exagerada e tenho um imenso medo de ver quem amo morto.

O tempo nunca me levou ninguém que eu amasse, nunca fui submetido a isso. Não sei sofrer, sou covarde.
As vezes, menino que sou, fico com raiva dos que amo porque roçam a morte em sua fímbria (cabral de melo neto) , e peço, peço não, exijo:
Não morram, senão vou ficar de mal.
NINGUÉM QUE EU AMO VAI MORRER!
NUNCA!
NÃO DENTRO DE MIM.

sábado, 22 de agosto de 2009

ABOBRICES

TEM COISAS QUE SÓ A NOSTALGIA OU A BURRICE EXPLICAM. QUEM É MELHOR, ZEZÉ DI CAMARGO OU LUPCÍNIO RODRIGUES?
OS DOIS SÃO ÓTIMOS. MAS ZEZÉ SÓ SERÁ RECONHECIDO PELOS NOSSOS GENIAIS CRÍTICOS, QUANDO O POVÃO O HOUVER ESQUECIDO.


REINALDO AZEVEDO RIDICULARIZA CHICO BUARQUE. NÃO GOSTAR DO CHICO É UM DIREITO DELE E DE QUALQUER UM; RIDICULARIZÁ-LO É RIDÍCULO.

PORQUUE DIGO ISSO?

FALTA DE ASSUNTO, SÓ ISSO.

ESTOU COM UMA GRIPE QUE NÃO QUER IR EMBORA, DIZER-SE-IA, SE VERDADE FOSSE, QUE ATÉ MEUS RESFRIADOS SE APEGAM A MIM.

OS VASCAÍNOS CANTAM: "EU VOU SUBIR, EU VOU SUBIR, EU VOU SUBIR!"

OS DO FLUMINENSE: CAI CAI BALÃO, CAI CAI BALÃO...




CERTO, NINGUÉM É OBRIGADO A LER ISSO. CLARO, PERFEITO. MAS AQUI NA NET VALE TUDO. MENOS HOMEM COM HOMEM, COMO QUERIA O TTM.


VOU NO GOOGLE PROCURAR PIADA IDIOTA, ESPEREM.

NÃO FUI AO GOOGLE, NEM SEI SE O CERTO É FUI NO GOOGLE OU AO GOOGLE. MENTIRA SEI SIM, FUI "AO".


O BICHO DE HOJE É GATO. DEZENA 56, CENTENA 156, MILHAR 1156.


AOS MEUS LEITORES E LEITORAS QUE SE ESPALHAM PELO GLOBO, UM ABRAÇO.





ROMÁRIO VAI VOLTAR. ODEIO SAUDOSISTAS. MAS QUEM SABE ELE NÃO É CONVOCADO EM 2010?

LANÇO AQUI A CAMPANHA QUE MOBILIZARÁ O BRASIL:


MESMO ANCIÃO, ROMÁRIO É SELEÇÃO!



LULA PEDE RESPEITO AO PASSADO DE SARNEY. E EU FICO PERPLEXO. QUAL A IDADE EM QUE PODE SE COMEÇAR A ROUBAR?

segunda-feira, 17 de agosto de 2009


Quando se fala que Caetano não é tão bom quanto foi, ou compõe sem inspiração de outros e áureos tempos, deve-se observar que isso é uma decorrência do tempo, e que é independe da vontade dele. O que depende da vontade dele, e o que fez dele o melhor de sua geração, é uma vontade de não repetir, de criar, de não usar formulas de sucesso, isso faz dele o melhor, o mais original, o cara. As vezes erra, outras acerta, mas o erro do que tentou acertar, do que deu o melhor de si, do que tentou, não é erro, ou é, mas um erro que redime, que enobrece, porque tentou o acerto.

SALVE CAETANO VELOS, QUE ESTÁ LINDO, MENINO, E LINDO.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

BATMAM


Li a reportagem da veja sobre computação em nuvem, depois vi "o agente 86" e "Batmam", na tv. sempre achei o Batmam melhor que o agente 86, naquela época primeira, a de minha infância, onde o homem morcego era dublado por um canastrão, interpretado por um canastrão, filmado e pensado e executado por canastrões, e visto e adorado por milhões de canastrões no mundo todo.
Os ridículos do Batmam, com seus gordos atores, que hoje soam fracotes, mas na época, antes de anabolizantes, personal trainings (vai assim mesmo), e antes da medicina esportiva evoluir o tanto quanto evoluiu, eram os fortões. Seu roteiro precário, auto explicável, e mesmo quando era mudo, aquilo, para mim, é infinitamente superior a imbecilidades como "missão impossível". E por qual razão?
porque no Batmam, diferentemente dessas megaproduções americanas, havia dimensão do ridículo, do absurdo daquilo. O agente 86 é menos um seriado que uma ridicularização do próprio seriado. Você vê o tempo todo um deboche, um humor ácido contra sí mesmo. ninguém tenta convencer a você que existe um Tom Cruise que pilota aviões, é fiel à esposa(unica!!!!!!!!!!!!), bom carater, educado, forte, honesto, etc... , o ser humano nascer com um rosto daqueles já é um milagre em si, ai vão tentar aprimorar um milagre. é demais.
Falei de casos específicos, mas aplico ao geral, qualquer coisa levada à sério demais, descamba para o ridículo, o ridículo, a ironia, o deboche, são ferramentas imprescindíveis de quem quer comunicar algo. Jesus Cristo, usa de exageros cômicos para falar de coisas sérias, quando diz indagativamente, mas com clara intenção afirmativa, que um pai humano, com defeitos, com todas as misérias do humano, não daria pedras a um filho que pedisse peixes, que dirá Deus. Jesus sabia da força do humor e do exagero para comunicar algo, então usou desse expediente de forma genial, quando queria comunicar-se com seus espectadores de então e de sempre; conseguiu. Mas ele sempre consegue. sempre conseguirá.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

MIRSE ME MAND.OU ESSE TEXTO NO DIA DOS PAIS







Well, um anjo me pediu que lhe desejasse UM FELIZ DIA DOS PAIS e resolvi fazê-lo assim:







Se eu tivesse que escolher um pai

Um pai que ri do meu ronco e acorda me beijando

Um pai que desde cedo lê João Cabral para mim

Um pai cheio de urgência de me amar da melhor maneira

Um pai que pensa nos intervalos da minha vida

Um dia ele falou naquele negócio lá que ele escreve:

Porque iam acabar minhas férias e eu ia voltar pra casa:

“nesse intervalo talvez ele chore; nesse intervalo talvez ninguém o console”

Um pai que me defende e me repreende em minhas bobeiras

Um pai que passa noites montando o meu PC, o melhor

Um pai que vê meus defeitos e qualidades em detalhes

Que reza junto comigo e não ri. Se errar, me deixa errar

Assim é meu paizão, vulgo Zé Roela, ou qualquer nome

Que eu queira lhe chamar, ele sempre traduz como AMOR

Ele nem sabe que percebo seu sofrer o o quanto me dói não saber o que fazer

Penso assim, lá nos pensamentos meus: meus amigos têm pai

Eu não, eu tenho um Deus.

Porque entre ele e eu é a chama que existe. A sarça que arde

E insiste em permanecer. Meu pai, meu orgulho, meu querer

EU TE AMO, PAI

PITOCUDO

sexta-feira, 7 de agosto de 2009


















NÃO MORRE NÃO!



Homem pode gostar de outro?
Sim, claro, deve ser assim.
Pretos são bonitos?
Tanto quanto os de qualquer cor, desde humanos.


Caetano faz hoje 67 anos, amo-o agora, amarei sempre. De há muito não o tenho como mito, lenda, ou bobagens com as quais nos acostumamos a sacralisar o profano, tirar dos nossos ídolos a condição de homens, de seres normais, como tu e eu. Há anos percebo seus defeitos, suas falhas, musicais, pessoais, sua distância do sagrado, sua proximidade comigo.
Sim, a lenda é um homem, só isso, mas nada. Caetano é o tempo, o meu tempo, minha vida, ou um pedaço dela.
Não me tornei um anjo depois de conhecer o baiano, mas devo a ele uma grande parte da pequena parte boa de mim.

E arrisco um poema, um poema de amor, um texto que não pode ser considerado poema, se poema é criação artística, e o critério é o de um texto bem escrito, formal, enxuto, de um poeta. De um poeta puro polindo esqueletos. Mas não sou poeta, se poeta é quem escreve bons poemas, ainda que frios, como os de joão, se poeta tem de ser bom inventor, porque não sou inventor. João via poemas lindos em ovos de galinha, ou até mesmo nas fezes, e eu não sou joão, nem poderia, nem quereria, sou eu. Não sou poeta, se a definição do poeta for poeta escritor, poeta profissional, isso não sou, nunca serei. O que admiro nos poetas, todos os que admiro, é a capacidade de inventar sentimentos, de criar dores forjadas, e de tomar emprestado uma alma que não é sua, uma alma que não é de ninguém, a alma da alma.
Mas sem justificativas, que não justificam nada, vamos ao poema.



É melhor apreciar, reverenciar, admirar o mito quando ele está vivo, não gosto de mitos que não andam, que não gargalhem, e que não falem merda. Gosto de mitos, de lendas, de reputações como a sua, vivazes, errôneas, falhas, humanos.

Não haverá poemas, nem muita coisa dita, só um beijo, uma sutil reverência. Não de prostrar de igreja, nunca foste santo, e ainda que fosses, não haveria o genuflexo.

Não faço versos, tampouco versos inspirados, mas escrevo com amor, não ao escrever, mas de quem falo, ou do que falo.


Sim, não é um texto, é um beijo, um beijo que não vou te dar, por não ser possível o contato físico, te dou aqui, te mando agora, e vai no pra tu, vai com carinho, vai com amor.
E digo que tenho como amigo, ao qual devo muito, ao qual me apeguei demais, ao qual temo o fim.
Sim, temo teu fim, e isso diz tudo, porque a medida de meu amor por uma pessoa é a morte. Quanto mais eu amo, mais temo pela sua vida. Meu filho tem 7 anos, saudável, lindo. Sempre que lembro dele, penso na sua morte, e na minha dor. Estranho? Mórbido? Não, baiano, isto é amor.
Amor e morte, coisas indissolúveis, coisas ligadas.
E quando chegas ao 67 anos, lindo como um Caetano, forte e rijo como um Veloso, menino e as vezes bravo, como eu, te faço um pedido, te faço um apelo, te peço um favor.
Caê, fica mais aqui, não morre não.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O poeta e os ladrões




Não se trata de ser marcelo novaes, poeta que admiro, se trata de ser do lado certo, do lado do bem. E aqui há o maniqueísmo sim, claro, límpido, sem possibilidade de escolha, pelo menos ao ser humano normal.
Um poeta contra ladrões.
Fico com o poeta, cuspo no outro lado, nos torpes, nos espúrios, nos sem solidariedade, nos sem colhão, nos basbaques ou babacas, como queiram, nos que temem o bem.
Esta imundície de gente eleita por gente que não será eleita, quando for outra a eleição.
Não, não é por ser Marcelo, não por ele ser poeta, não é isso. É por ele estar certo.
NESTE PAÍS DE CORNO EM QUE VIVEMOS, AGORA AVACALHARAM DE VEZ. BLOQUEARAM MARCELO NOVAES NO GOOGLE, POR ELE CHAMAR LADRÃO DE LADRÃO. LULA É UM FILHO DA PUTA, MAS OS 80% DOS QUE APROVAM ESSE GOVERNO, SÃO MENOS QUE ISSO.
PRESTO MINHA SOLIDARIEDADE AO NOVAES, E CHAMMO DE CAGÃO QUEM NÃO O FIZER.
Hoje, tivemos oportunidade de assistir a mais um ato do espetáculo farsesco, espúrio, sub-circense daquele baixo circo que ainda chamamos nosso Senado da República. Por certo, alguns dos muitos salafrários que ali estão, se beneficiam de outros tantos que agiriam como eles se lá estivessem. Possuem seus currais eleitorais, nome este de todo bem medido e bem ajustado ao contingente de pessoas que a eles se rendem em seus respectivos estados. E que se locupletariam como eles, se lá estivessem. Corja inquestionável. Ambos os lados da moeda. Não há só desinformação, mas deformação. Heloísa Helena nunca seria popular, porque a maioria não teria seu comportamento ético se alçada a seu cargo. Podem ter certeza disso.






Hoje, aquele baixo circo exibiu trechos de um bate-boca entre Pedro Simon, Renan Calheiros e Fernando Collor de Melo. Os dois últimos ainda não estão alijados da política, exclusivamente pelas razões acima apontadas (corjas e currais). Deveriam estar, há tempos. A distância que separa um senador Pedro Simon, ou um Cristovam Buarque de Renan ou Collor se mede em anos-luz, malgrado as deficiências institucionais daquela “Casa”. Ainda medem-se os homens, individualmente. E quanto ao fato de Collor se atrever, arrogantemente, a mandar o respeitável senador “engolir” e “digerir” seu nome, e “fazer o que quiser” com essa sugestão, seria desnecessário avisar ao ex-presidente cassado que seu nome na Política Brasileira, como o de vários de seus pares, só não foi expelido daquela “Casa”, catabólitos que são, justamente pela existência dos currais que os patrocinam. Repasse essa mensagem a todos blogs que estiverem dispostos a este ato de desagravo. Há lixo não reciclável, lamentavelmente.









Marcelo Novaes

CAÊ NÃओ CAI

MARCELO NOVAES




Não mais
festivais,
nem praças-da
alegria-alegria.
Nem carnavais,
como aqueles de
antes.



Não mais cirandas,
bandas, nem passeios
ingênuos nas rodas
gigantes.



Agora, é só play-ground,
Play Center e Bungee Jump.
Não mais nadar contra a
corrente, nem voar andar
voar flutuar contra o vento,
sem lenço e sem patente.
Caê já é terceiro-tenente,
aspirante a Coronel
Antonio Bento.



E dizem que não cai.
Dizem que não toma
vaia. Dizem: tomara
-que-caia. Dizem que
ele usou saia, mas não
usa mais.



Dizem que é quase
calmo, quando fala;
mas não gosta de coro,
quando canta no palco.



Caê é índio com cara-pálida:
gosta de carne dura e pele clara.
Ou escura.



Não para de compor, e acha
pérolas raras no mar
de Salvador.



Encontra bolhas e belezas
flutuando no vapor barato,
mama nas tetas das vacas
profanas, e sai ileso. Não
lhe roubam cheque nem
dinheiro. Tem sorte.



Sei que estica a língua até
onde pode, quase fala latim.
Estica e roça na língua dos
grandes autores.



Explode eclode implode
sambódromo e Hollywood.
É sempre a mesma fera, na
voz dos negros do Harlem,
ou de Elza Soares.



Desnuda aponta apresenta
tecnologias da linguagem,
canta pinta e borda som-e
-imagem, na ponta da
língua, nos trejeitos,
no vibrato da voz.



Representa, quando
canta,cenas de trovador
cosmopolita antropofágico
tropicalista hiper-urbano,
evitando clichês, crayon e
giz de cor. Prefere óleo e
acrílico, materiais
duráveis ou
definitivos.



Queria mesmo
era ser escultor.



Caê vai encarar toda
ofensa, defender nos tribunais
o direito de ser estrela, e não
encaretar.



É mau ator, quando se
aventura: paródico, hiperbólico,
parabólico-camará, como outro
cantor baiano, que não sabe atuar.



Mas é primo-irmão de Glauber
Rocha, num parentesco de alma.
E canta bem, em espanhol, num
filme de Almodóvar.



E tudo faz pra ficar odara.
Tomara Deus, mesmo, que
Caê não caia.












Marcelo Novaes

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

VELÔ


Acusa-se o velho e bom baiano, caetano, de ser mais o velho e bom baiano de quando era jovem. Muitos o fazem com agressividade, com um ressentimento indubitável, sentido no querer parecer-se isento, de ter uma independência como relação ao ídolo de outrora. O velhoe caê, o grande velô, tão amado por essa gente, agora é o careta de “vaca profana”, virou escravo de si mesmo, ou desua arte.
Se diz, com toda razão, que ele já não é o mesmo. Se esquece que mesmo não tendo o brilho criativo dos áureos tempos, mesmo não tendo a inquietação natural que o fez diferente, ele se esforça por não se repetir, por ir por um caminho mais difícil, mais enviesado, mas criador. E em muitos momentos consegue, seja por música, seja por atitudes pessoais.
Caetano é um marco de nossa música, o maior agitador dela, com momentos de brilhantismo pessoal que se refletiram, no meu caso, refletem, por muitos indivíduos que o amaram, como eu, e que vêem nele um modelo de delicadeza, um homem grande, irrequieto e cheio de defeitos.
Por isso viva caê, viva e cante, pois agora não é mais você, é como chico, teu igual, cantou, agora você abre a voz e o tempo canta.